Com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro se aproximando, agências de inteligência europeias e brasileira colocam em pauta a possibilidade de um atentado ocorrer durante o evento esportivo. Recentemente, um deputado francês revelou, em audiência sobre os episódios de terrorismo em seu país, que um membro brasileiro do Estado Islâmico estaria preparando um atentado contra a delegação francesa na cidade olímpica.
Também há informação de que, há pelo menos 50 dias, o governo francês já tinha conhecimento da ameaça, surpreendendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que não soube dizer o porquê de ainda não ter recebido a informação das autoridades francesas.
Monitorando ações de terrorismo
Em novembro de 2015, a Abin emitiu grau 4 (em uma escala que vai de 0 a 5) para uma ameaça de autoria de Maxime Hauchard, que em seu twitter declarou que o Brasil seria o próximo alvo do Estado Islâmico. Apesar da informação divulgada pelos franceses sobre um suposto atentado nos Jogos Olímpicos, a agência diminuiu o grau de alerta – o que significa que a possibilidade existe, porém em proporção reduzida – e informou que está monitorando cerca de 40 suspeitos de envolvimento com a rede terrorista.
Para evitar que membros de organizações terroristas se infiltrem em comitivas ou na imprensa, por exemplo, o Comitê Olímpico Internacional afirmou que antecedentes criminais de mais de 400 mil pessoas, entre funcionários, jornalistas e terceirizados, já foram analisados.
O governo federal informou que continua investindo em recursos de proteção, disponibilizando 85 mil agentes de segurança (dobro do efetivo da Olimpíada de Londres). Capacitação de profissionais de setores estratégicos e criação do Centro Integrado Antiterrorismo (CIT) – coordenado pela Polícia Federal em parceria com agências de inteligência de Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França, Argentina, Colômbia, Israel, Japão e China, são algumas das ações divulgadas pelas autoridades brasileiras.
Cautela redobrada
Após o atentado em Nice, Raul Jungmann, atual Ministro da Defesa, se posicionou afirmando que a segurança na Rio-16 será revisada e passará por melhorias. “Vamos ter que revisar procedimentos, ampliar barreiras, as revistas, vamos ter que ter uma segurança muito mais rígida. Infelizmente isso pode ser uma dificuldade a mais e um transtorno para as pessoas, mas é para o bem e para a segurança delas”, declarou em entrevista à rádio CBN.
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