Se um indivíduo se deixa sufocar pelo ego e pela autoafirmação, isso pode afetar negativamente situações cotidianas como pedir desculpas, acreditar no potencial alheio ou ter compaixão, dentre tantos outros exemplos de ações que impactam os relacionamentos interpessoais. “Se uma pessoa está voltada, única e exclusivamente, para as suas próprias impressões e avaliações do outro e do ambiente que o circunda, corre o risco de ficar ‘sufocada e mergulhada’ em si mesma, perdendo a oportunidade de ampliar sua visão de mundo”, explica a psicanalista Marcia Modesto.
Os limites do ego e da autoafirmação
Para Márcia, a autoconfiança tem sua importância é uma das expressões da autoestima e encontra limite na relação com o próximo. “Ter um olhar positivo sobre si mesmo é muito importante, ajuda na determinação e realização de suas metas e conquistas. Porém, não se pode nunca perder de vista a necessidade da interação com o outro e de estar aberto para receber uma avaliação externa. Quem está superconfiante, muitas vezes, desconsidera observações e sinais importantes emitidos por alguém do seu convívio. A nossa referência de limite será sempre o outro”, acredita.
Diógenes Gomes, coach de alta performance e especialista em transformação pessoal, explica que o excesso de autoafirmação isso ocorre no momento em que surge a sensação de vazio. “Quando se perde o propósito daquilo que as motivou, as pessoas se anestesiam com hábitos que acabam por afastá-las mais ainda de seus propósitos. Elas sentem esse ‘vazio’ e tentam ocupá-lo com elementos que só aumentam o próprio ego e as destroem internamente”, salienta o coach.
Sinais de que o ego está sufocando você
Alguns sinais podem fazer com que você perceba atitudes em que seu ego está sufocando suas conquistas e relações interpessoais. A psicanalista Márcia Modesto atenta para a arrogância, o sentimento de autoimportância e a desqualificação do outro como indicativos perigosos de que sua postura poderá comprometê-lo nas suas realizações.
“Nossas conquistas pessoais são fruto de um processo de aprendizado contínuo e a presença de outras pessoas fazem parte desse cenário. Alguém que precisa constantemente de elogios e agrados não está de fato seguro de seus feitos e realizações. Com certeza, ter retorno positivo de suas conquistas é bastante motivador, porém, todos nós precisamos desenvolver um senso de autocrítica, baseado em seus próprios conhecimentos e experiências. Aqui cabe uma pergunta: você confia na sua capacidade de realizar e conquistar seus objetivos?”, conclui.
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Texto: Redação – Edição: Victor Santos
Consultorias: Bayard Galvão, psicólogo clínico e hipnoterapeuta; Diógenes Gomes, coach de alta performance e especialista em transformação pessoal; Marcia Modesto, psicóloga e psicanalista palestrante no segmento comportamental e relacional.