O primeiro obstáculo que surge na nossa eterna busca pela felicidade é a própria definição do termo. “A felicidade é um estado de espírito, é algo que sentimos”, aponta a psicóloga-analista junguiana Cristianne Vilaça, “por isso, não é possível conceituar em detalhes o que vem a ser este estado”.
A ideia geral é a de que essa sensação consiste num momento de grande realização pessoal ou de prazer. A psicanalista Beatriz Breves salienta que “pode-se ter uma ideia da felicidade como sendo a consequência de um estado emocional subjetivo que, vinculado diretamente à autoestima, agrega vários sentimentos agradáveis”. Porém, cometemos dois erros crassos nessa busca pela felicidade: a idealização e a não aceitação de alguns acontecimentos.
Os erros na busca pela felicidade
O primeiro caso ocorre quando vinculamos totalmente esse estado de espírito a uma meta grandiosa. Ou seja, só seremos plenamente felizes quando alcançarmos o melhor emprego do mundo, finalmente conseguirmos comprar um celular de última geração ou o carro dos sonhos.
É claro que essas coisas proporcionam prazer – que como mencionado anteriormente, está relacionado à nossa tradicional concepção de felicidade – mas os profissionais asseguram que tudo vai muito além disso. “A felicidade é um estado de alma que não consiste em ter as coisas, mas em ser aquilo que você almeja. Então, ela é um estado interno duradouro, não momentâneo. Picos de alegria não representam necessariamente a felicidade”, resume a psicoterapeuta Maura de Albanesi.
O outro problema é acreditar que a felicidade é sinônimo de ausência de tristeza, raiva, frustrações ou sofrimentos no geral. “Esses são sentimentos que também fazem parte da vida, e estarão sempre presentes, em maior ou menor escala, no dia a dia das pessoas”, comenta Beatriz.
Assim, quem está querendo se encontrar com a felicidade deve compreender que na vida passamos mesmo por fases difíceis: simplesmente faz parte. “Quem compreende a própria existência é porque já passou por diversas situações e, dentro das dificuldades apresentadas, foi capaz de entender que para tudo há um propósito maior – propósito esse que nos leva ao autoconhecimento”, relata Cristianne.
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Consultorias: Beatriz Breves, psicóloga, psicanalista, autora e presidente da Ciência do Sentir; Cristianne Vilaça, psicóloga-analista junguiana; Giridhari Das, coach, palestrante, autor e instrutor no campo da autoajuda, autorrealização em yoga e consciência de Krishna; Maura de Albanesi, psicoterapeuta.