Uma pesquisa sobre o tecnoestresse foi realizada com 1.200 pessoas, nas cidades de Porto Alegre e São Paulo. “Foram identificadas as principais causas e os sintomas do problema nos usuários. Desses, 60% declararam ter alguma sequela devido ao estresse, sejam sintomas físicos, emocionais ou comportamentais”, revela Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Manegement Association (ISMA-BR).
Sintomas físicos
As dores musculares são as que mais afetam as pessoas com sequelas, com 86% dos entrevistados que sofrem com estresse queixando-se de dores musculares.
Outro sintoma bastante citado foi o cansaço, mas o do tipo que não vai embora, ou cansaço crônico, que afetava 63% das pessoas. Já os distúrbios do sono foram citados por 35% deles, com descrição de sono agitado, dificuldade para dormir ou dormir um pouquinho e já acordar.
Sintomas emocionais
O mais citado foi ansiedade, que afetava 83% dessa população se acometidos pelo tecnoestresse; 81% se queixou de angústia e 67% de falta de concentração. “Quando a pessoa tem um desconforto, algum sintoma, seja físico ou emocional, ela vai criar um mecanismo de comportamento para lidar com aquela situação, sendo que algumas tem mecanismos extremamente eficientes, positivos: fazem alguma atividade física, se dedicam a um hobby, outras fazem algum trabalho voluntário, enfim, há diversas maneiras de lidar com a situação”, incentiva a presidente da ISMA-BR.
Sintomas comportamentais
Infelizmente, a maioria se engaja em comportamentos que não são tão positivos. Na pesquisa, 53% das pessoas usavam o álcool como uma forma de se acalmar, de se anestesiar um pouco. “Não é que tomavam cerveja porque o dia estava quente ou tinham apetite por uma cerveja, mas porque estavam tão estressadas, tão preocupadas, tão mobilizadas, que não conseguiam relaxar”, detalha a psicóloga.
41% das pessoas demonstravam comportamento agressivo se o computador não funciona, dão um chute na CPU; quando o provedor de internet está fora do ar, se descontrolam. E 27% das pessoas tinham distúrbios de apetite, tanto de comer demais como de menos.
A má notícia é que a maioria tende a comer a mais. Para agravar a situação, um grande número de pessoas se alimentavam com a chamada “fingerfood”, ou a comida que se pode pegar com os dedos, para não ter que sair do computador e sentar-se à mesa para cortar uma carne, preferindo comer um salgadinho, uma batata frita, etc.
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Consultoria: Ana Maria Rossi, psicóloga e presidente da International Stress Manegement Association (ISMA-BR)
Texto: Lara Vendramini – Edição: Augusto Biason/Colaborador