Os sonhos são geralmente fragmentados e desconexos, já que muitas imagens não fazem sentido com a realidade ou possuem até um aspecto fantástico. Para interpretá-los,o pai da psicanálise, o neurologista austríaco Sigmund Freud, acreditava que a associação livre era a melhor maneira de compreender o que se passa no inconsciente humano. Esse método, segundo Freud, permitia “afrouxar” a censura consciente e fazia com que fragmentos da parte inconsciente da mente aflorassem.
“Associar livremente (se é que isso seja plenamente realizável em seus termos), implica em estabelecer um determinado tipo de discurso, ou seja, de fala. Essa fala seria uma ‘livre’ de diversos aspectos: de seleções de temas e de palavras, de escolha de termos e frases, etc. É deixar o cliente expressar o que tem a dizer; é a tentativa de levar o cliente a se implicar naquilo que fala”, explica o psicólogo e professor André Gellis.
Nos sonhos, há dois tipos de conteúdos. O manifesto é tudo aquilo que aparece no sonho e se pode relatar dele, ou seja, toda e qualquer imagem que surja, mesmo que não faça sentido no primeiro momento. “Já o conteúdo latente é a suposição freudiana de que o material apresentado no sonho, no relato sobre ele e na associação livre a partir dele, possa advir em uma fala baseada de elementos do sonho que já operavam no sonhador, mas que existiam sob forma inconsciente”, completa André.
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Texto: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevista: Augusto Biason/Colaborador – Consultoria: André Gellis, psicólogo e professor assistente doutor do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Bauru, São Paulo.