De acordo com Sigmund Freud, o ego é o componente responsável por lidar com a realidade a partir “de uma organização coerente dos processos psíquicos na pessoa”, como explicou o pai da psicanálise na sua obra O Ego e o Id. “A este ego liga-se a consciência, ela domina os acessos à motilidade, ou seja: a descarga de excitações no mundo externo; é a instância psíquica que exerce o controle sobre todos os seus processos parciais, que à noite dorme e ainda então pratica a censura nos sonhos”, pontua o austríaco no livro.
“O ego é um sistema de equilíbrio entre o id e o superego. Este se origina com o Complexo de Édipo, quando o indivíduo absorve as proibições dos limites da autoridade, impedindo-o de fazer isto ou aquilo para não prejudicar alguém”, salienta a psicoterapeuta Laís Helena da Rocha.
Ele se desenvolve a partir do id, e seu papel principal é garantir que os impulsos do id sejam expressos no mundo real de maneira socialmente adequada e realista.
“Assim, em relação ao id, ele se compara ao cavaleiro que deve pôr freios à força superior do cavalo, com a diferença de que o cavaleiro tenta fazê-lo com suas próprias forças, e o ego, com forças emprestadas”, comparou Freud em sua obra.
E como o ego age para satisfazer os impulsos – às vezes impossíveis – do id? O princípio de realidade do componente coloca na balança os ônus e os bônus do ato preterido e, dessa maneira, decide se realiza ou não a vontade do id. Em alguns casos, o ego pode ceder a tais desejos, desde que sejam realizados no lugar e no momento adequados.
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Texto e entrevista: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultoria: Laís Helena da Rocha, médica, psicoterapeuta, hipniatra e membro da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH) – Fonte: Livro O Ego e o ID, de Sigmund Freud