Estar em paz com o mundo e com você mesmo é o que a grande maioria das pessoas deseja para as suas vidas. Para alguns, ela está no dinheiro ou até mesmo no amor. Já para outras, ter saúde é o que significa estar em paz com a vida. Nirvana, para os budistas, é justamente conseguir encontrar um ponto de equilíbrio na mente – é, em outras palavras, deixá-la em paz. Mas, como podemos alcançar esse estado de espírito tão conhecido, porém tão pouco compreendido?
Muito além de um lugar
O conceito de Nirvana pode ser considerado um dos mais básicos dentro do budismo. Isso porque, independentemente da escola, todos os que seguem os ensinamentos de Sidarta Gautama desejam alcançar a Iluminação.
Segundo o budismo, o Nirvana não é um lugar, nem algo para conceituar e, sim, para sentir. Para os seguidores de Sidarta, esse é um estado de espírito onde a paz e a tranquilidade foram alcançadas por meio da sabedoria.
Quando Sidarta Gautama atingiu a Iluminação, ele também atingiu o Nirvana, pois as duas palavras são apenas maneiras diferentes de chamar a mesma coisa – que é o estado pleno de paz e harmonia consigo mesmo e com o universo. É uma experiência transcendente, é quando a mente está em sintonia com o universo e o ser humano consegue se libertar do espaço e do tempo.
Como alcançar o ponto de equilíbrio?
Muitas pessoas acreditam que para chegar a esse ponto de equilíbrio é necessário morrer ou virar monge, largar tudo e ir morar em uma caverna, longe de todos. Mas, de acordo com a Monja Coen, perceber a impermanência das coisas mundanas e o processo de morrer e renascer da Roda da Vida já é um passo para se alcançar a paz. “Nirvana não está separado de nossa vida, de nossos relacionamentos, de nosso trabalho, do trânsito, dos problemas e dificuldades. Nirvana é um estado de espírito”, explica a Monja.
Para conquistar esse estado de espírito, é necessário aprender a equilibrar o dia a dia corrido com o lado espiritual que existe em cada um. Não devemos buscar somente os prazeres das coisas materiais, como comprar uma roupa nova, provar deliciosas comidas ou usar um perfume bom.
É necessário entender que esses prazeres são ilusórios e passageiros – a roupa um dia vai estragar, a comida será digerida e o aroma do perfume irá embora com o tempo. É preciso praticar o desapego, saber que nada no mundo é eterno. Só assim, quando tivermos guardado no nosso coração o verdadeiro sentido da vida, conseguiremos estar em paz.
Além disso, o verdadeiro ponto de equilíbrio no Nirvana é atingido quando, sem se isolar, mas em meio a todas as tribulações, você consegue encontrar a paz interior.
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Texto e pesquisa: Deborah Mattos – Edição: Giovane Rocha
Consultoria: Monja Coen (www.monjacoen.com.br) – Fonte: Budismo – Psicologia do Autoconhecimento, de Dr. Georges da Silva e Rita Homenko, Editora Pensamento