Dez anos após a criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), muitos avanços no combate à violência contra a mulher foram alcançados, mas a realidade brasileira ainda continua precária. O Brasil tem, em média, 4,8 homicídios por cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, conforme o estudo Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde), aplicado a um grupo de 83 países. Isso representa um caso de violência a cada sete minutos, no Brasil. A pesquisa ainda revelou que 50,3% das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros. São retratos como esses que mobilizam a sociedade e movimentam a internet, gerando manifestações como a hashtag Eu Vivi Um Relacionamento Abusivo, em destaque na internet.
Eu Vivi Um Relacionamento Abusivo
A ideia da hashtag Eu Vivi Um Relacionamento Abusivo é ajudar na denúncia de casos de violência à mulher e reunir depoimentos para demostrar que agressores não passarão mais impunes.
Veja alguns depoimentos postados com a hashtag no Twitter:
30 sinais de que você corre risco dentro de casa
1) A mulher sente, intuitivamente, que está em perigo;
2) No início do relacionamento, o homem fala de assuntos como morar junto e casamento, tentando apressar demais a parceira;
3) Ele resolve os problemas com violência;
4) É verbalmente abusivo;
5) Usa ameaças e intimidação como instrumentos de controle. Isso inclui ameaçar machucá-la fisicamente, envergonhá-la, restringir sua liberdade, contar seus segredos, parar de apoiá-la, abandoná-la e até ameaçar cometer suicídio;
6) Ele quebra ou estraga coisas quando está com raiva. Usa violência simbólica, como rasgar uma foto do casamento;
7) Foi agressivo em relacionamentos anteriores;
8) Ele bebe ou usa outras drogas com efeitos como perda de memória, hostilidade, crueldade etc;
9) Ele cita a bebida ou as drogas como uma explicação ou desculpa para sua conduta violenta ou hostil (“aquilo era a bebida falando, não eu” ou “fiquei tão bêbado que enlouqueci”);
10) O passado dele inclui passagens policiais por ofensas comportamentais, como vandalismo;
11) Quando já houver mais de um incidente de comportamento violento, com o vandalismo e jogar coisas;
12) Ele usa dinheiro para controlar as atividades, compras e comportamento da parceira;
13) Tem ciúme de qualquer pessoa ou coisa que ocupe o tempo que ela poderia estar dedicando ao relacionamento. Mantém a mulher em “rédeas curtas” e a obriga a explicar sobre como gasta seu tempo;
14) Se recusa a aceitar a rejeição;
15) Espera que o romance dure para sempre. Usa frases como “juntos por toda a vida”, “sempre”, “não importa o que aconteça”;
16) Ele projeta emoções extremas em terceiros (amor, ódio, ciúme, comprometimento), mesmo quando não há evidência alguma que levaria a pessoa a percebê-las;
17) Ele minimiza incidentes de abuso e violência;
18) Gasta uma quantidade de tempo anormal falando de sua mulher e tira muito de sua identidade como marido ou namorado;
19) Caso o relacionamento tenha acabado, tenta recrutar os amigos e a família da mulher para convencê-la a voltar;
20) Ele vigia ou persegue a mulher em todos os lugares;
21) Acredita que as pessoas em volta dela não gostam dele e a encorajam a largá-lo;
22) Ele é resistente a mudanças e é inflexível, sem vontade de se ajustar a novas situações;
23) Se identifica ou se compara com pessoas violentas em filmes. Encontra justificativas para a violência dos outros;
24) Sofre mudanças de humor ou é carrancudo, bravo ou deprimido;
25) Constantemente culpa os outros por problemas que ele mesmo criou; se recusa a assumir as consequências de seus atos;
26) Ele se refere a armas como instrumentos de poder, controle ou vingança;
27) Armas são parte de sua personalidade; ele tem uma, ou brinca, conversa e/ou lê sobre armas, ou as coleciona;
28) Ele usa o fato de ser homem como uma justificativa para sua conduta: ameaça-a, toma todas as grandes decisões, age como o dono da casa etc;
29) Sofreu ou testemunhou violência quando criança;
30) A mulher teme que ele vá machucar ou matá-la. Ela conversa sobre isso com outras pessoas ou fez planos a serem executados no caso de sua morte (por exemplo, designar alguém para cuidar das crianças).
Consultoria: Robert Martin, especialista em segurança e prevenção de ameaças
Texto: Vitor Ferreira/Melissa Marques
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