A morte cerebral de Marisa Letícia, ex-primeira-dama, deve ser confirmada hoje (3.2), por volta das 17h. Lula, ex-presidente e companheiro de Marisa, comunicou ontem (2.2), pelo Facebook, que a família autorizou a doação de órgãos.
Nos últimos dias, o portal Alto Astral acompanhou o drama vivido por Marisa Letícia e a família, junto de todo o Brasil.
Marisa tinha 66 anos e estava em coma na UTI do Hospital Sírio Libanês, apresentando um quadro de saúde bastante complicado. Marisa deu entrada no hospital no dia 24.01, depois de ser acometida por um AVC. A ex-primeira-dama precisou passar por algumas cirurgias para contornar o problema. Relembre o caso aqui!
Na última terça (31.1), quando Marisa ainda estava internada em estado grave, a equipe médica responsável pelo caso divulgou uma nova nota: por meio de um ultrassom, foi detectada a ocorrência de uma trombose venosa profunda nos membros inferiores.
Ontem (3.2), pela manhã, o Hospital Sírio Libanês, por meio de nota oficial, confirmou a ausência de fluxo cerebral de Marisa Letícia e informou que a família autorizou os procedimentos necessários para a doação de órgãos. Dois exames que fazem parte do protocolo oficial para constatação da morte cerebral devem ser realizados ainda hoje, um às 11h e outro por volta das 17h.
Com uma história de luta e de origem humilde, ela despertava a admiração pela mulher que foi, mesmo por quem não concordasse com a opinião política que tinha, e admitia os dessabores de toda uma vida pública. Conheça mais da vida de Marisa Letícia, a seguir!
Foto: Divulgação
A vida de luta da ex-primeira-dama Marisa Letícia
De família de imigrantes italianos, Marisa nasceu em 7 de abril de 1950. Morou com os dez irmãos até os cinco anos de idade no sítio que ainda tem o nome de Bairro dos Casa, na zona rural de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Depois desse período, ela e a família mudaram para o centro da cidade, no Grande ABC Paulista.
Aos treze anos, Marisa já trabalhava – com o consentimento dos pais – como embaladora de bombons e exerceu a função até os dezenove anos, quando casou-se pela primeira vez e teve, também, o primeiro filho. O marido Marcos Cláudio, que era taxista, morreu assassinado apenas seis meses depois do casamento.
Começava, então, a etapa que mudaria para sempre a vida dessa grande mulher.
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Marisa e Lula: cumplicidade
Em 1973, Marisa conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos, ainda no ABC, e os dois casaram sete meses depois. Foram mais de trinta anos juntos e uma história de luta política pela democracia que ela e Luiz Inácio Lula da Silva acreditaram e defenderam com unhas e dentes.
Desta relação, nasceram Fábio Luís Lula da Silva, Sandro Luís e Luís Cláudio. O filho do primeiro casamento foi adotado por Lula, Marcos Cláudio Lula da Silva. Marisa teve, então, quatro filhos de quem foi pai e mãe enquanto o marido experimentava uma vida pública exacerbada, cuidando sozinha do apartamento em que a família vivia em São Bernardo do Campo.
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Juntos, Marisa e Lula afrontaram o país de medidas conservadoras, patronais e de base burguesa, até então. Foram 43 anos de união, caminhando na mesma direção, entrelaçando histórias pessoais com a história da nação.
Um ano depois de terem casado, Lula se tornou presidente do Sindicato dos Trabalhadores, assumindo, também, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no Grande ABC. O contexto da época foi marcado por levantes operários.
Ao lado de Lula, Marisa transformou a casa em que viviam em um centro de busca por democracia e justiça social. Juntos, Marisa Letícia e Lula passaram por diversos momentos de tensão, como o período da ditadura militar.
Quando Lula e outros sindicalistas foram presos pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), foi ela a responsável por costurar a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT), militando para o seu desenvolvimento e buscando verbas e o apoio da população.
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Passeata das Mulheres
Com a prisão dos sindicalistas, considerada por ela como injusta, a ex-primeira-dama saiu às ruas, reuniu e liderou uma marcha de mulheres, esposas e mães em protestos contra as detenções políticas. E, mesmo no período em que o marido esteve preso, Marisa Letícia o visitava continuamente não permitindo que Lula fraquejasse na batalha.
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A protagonista
A mulher que se politizou, virando protagonista de uma narrativa brasileira, tornou-se em 1º de janeiro de 2003 a primeira-dama, concorrendo ao cargo quatro vezes durante a trajetória política de Lula, em 1989, 1994 e 1998.
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Marisa Letícia sempre esteve ao lado do ex-presidente em comícios e nos palanques, sendo um alicerce motivacional. Ela cresceu com o PT, transformou a imagem do partido, evoluiu para ser aquilo no qual o marido podia se segurar e mostrar que na frente de um homem sempre há uma grande mulher. Com ajuda do publicitário Duda Mendonça, o marketing pessoal da primeira-dama bebeu de novas fontes, o guarda-roupa adquiriu peças antes não usadas e um corte de cabelo simples, que exteriorizava as raízes que tinha.
Por muitas vezes passou despercebida, afinal, Lula era uma força que deveria ser alavancada para segurar as redes brasileiras. Enquanto morou no Palácio da Alvorada, fazia poucos eventos, com quem compartilhava momentos ao lado do ex-presidente e dos filhos.
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Texto: Loyce Policastro e Vítor Ferreira/Colaboradores
Fontes: O Cafezinho, UOL e Wikipedia
