O ator abre o coração e confessa que seu estilo familiar vai além da telinha
Guia da Tevê: Como vai ser a relação do Totó com os irmãos no Brasil? Ele vai bater muito de frente com eles?
Tony: Existe uma sinopse de 120 páginas e outra de 35. A de 35, só o Sílvio de Abreu e a Denise Saraceni conhecem. E nenhum de nós quer saber. É bom ser surpreendido.
Guia da Tevê: O que a Clara (Mariana Ximenes) tem que desperta esse encanto no seu personagem?
Tony: A paixão não tem bandeiras, não tem hora e nem motivo. Ela é absolutamente natural, interpreta lindamente aquilo. E depois comemora com o Fred o fato do plano estar dando certo. Por isso eu tenho certeza de que vai ser um novelão.
Guia da Tevê: Em que capítulos os dois se casam?
Tony: Essa é uma boa pergunta. O casamento foi gravado como cena extra, não sei em que capítulo está. O Sílvio fala uma coisa muito interessante: “estou fazendo três novelas em uma”.
Guia da Tevê: Vocês estão gravando na cidade cenográfica cenas que são continuações das feitas na Itália, onde vocês enfrentaram temperaturas abaixo de zero. Como estão esses trabalhos?
Tony: Alguns dias estavam a menos 4, menos 6. As roupas são pesadas e quentes, mas a gente finge que isso não está acontecendo. A gente se resguarda no ar condicionado , só vai para a externa na hora em que tem que gravar, conta com a ajuda dos maquiadores que enxugam a gente, enfim, é um exercício.
Guia da Tevê: Você já está falando em italiano fora das cenas, tamanha dedicação à novela?
Tony: Fora de cena, não há possibilidades. Não misturo as coisas, é normal. É muita concentração porque você tem que saber bem a língua italiana e depois desconstruir para poder fazer com um sotaque que o público entenda. Não podemos esquecer que fazemos esse trabalho para os brasileiros. E ele nasceu em São Paulo e foi criado com o português dentro de casa também. Não são italianos que falam em italiano 24 horas.
Guia da Tevê: Como foi a viagem para a Itália?
Tony: Foi muito prazerosa. Fui 15 dias antes da equipe, pude aproveitar e estudar bastante.
Guia da Tevê: O fato da sua esposa ter ligação com a Itália estimula mais você neste trabalho?
Tony: Tenho uma admiração forte pela Itália. Antes de imaginar fazer essa novela, vou à Itália há pelo menos 37 anos regularmente por gostar e respeitar demais o país. Eles têm uma cultura muito forte.
Guia da Tevê: Você trouxe muitas coisas da Itália?
Tony: Eu não viajo para fazer compras. Aliás, não suporto. Minha mulher, quando quer fazer, tira um dia e diz “hoje você vai comigo” e eu vou. Gosto de tomar um vinho, parar em uma praça, ligar minha câmera e ficar olhando. Eu filmava um senhor, um camarada brincando com outro, o tratorista no campo, essas coisas. Conversei bastante com o seu Rocco, um homem do campo, colhedor de azeitonas. Eu ia colher com ele, saber qual era o procedimento. Mas o que mais me interessava era o áudio.
Guia da Tevê: Seus filhos, curiosamente, não quiseram seguir sua carreira. Como você lida com isso?
Tony: Meus filhos estudaram no Tablado na adolescência. Minha filha era uma atriz admirável, mas não tinha vocação. Hoje ela é uma advogada feliz e meu filho é um cirurgião cardiovascular feliz com o que faz. Quero vê-los felizes, nunca fiquei no ouvido deles. Só não queria que eles fossem burros, sempre disse “leiam”. Até hoje eles fazem isso e passam para os seus filhos.
Entrevista: Márvio Gonçalves/Colaborador
Foto: Márcio de Souza/TV Globo