Grandes ídolos dos anos 90 ainda deixam muita saudade e boas lembranças. Pareciam fazer parte do dia a dia e as músicas eram trilhas sonoras de momentos importantes da vida dos brasileiros.
Os ídolos dos anos 90 que vamos relembrar são os cantores Leandro, João Paulo e Claudinho, além de curiosidades de como as famílias estão tantos anos depois.
Leandro (Leandro & Leonardo)
Foto: Divulgação
A morte
23 de junho de 1998, câncer, aos 36 anos.
O Brasil parou para se despedir do cantor Leandro. Ele sofria de um tipo de câncer raríssimo, tumor de Askin, que estava no pulmão direito. Foi tudo de repente: durante uma pescaria, o cantor sentiu uma dor muito forte nas costas. Internado às pressas na UTI, mesmo sob cuidados médicos, o tumor tomou proporções gigantes e já alcançava o tórax.
A mídia fez a cobertura do caso incansavelmente e cada vez mais os fãs foram para São Paulo para estarem próximos das últimas notícias. Depois de muito lutar contra a doença, sempre com otimismo, infelizmente, o cantor morreu por complicações do quadro. Nos últimos dias de vida, nem mesmo os aparelhos conseguiam dar conta da dificuldade que Leandro estava tendo em respirar. Aproximadamente 60 mil pessoas chegaram a se despedir do cantor em São Paulo e Goiânia.
A dupla
Leonardo demorou um pouco, mas seguiu carreira solo. Abalado com a situação desde o início, os amigos, familiares e fãs já especulavam sobre o que aconteceria dali em diante, mesmo que todos ainda tivesse esperança da recuperação de Leandro.
A saudade, para ele, é muito mais forte já que os dois eram irmãos de sangue e lutaram juntos para alcançarem o sucesso nacional. “Ele fez e tá fazendo uma falta danada. Os pés saíram do chão, pensava ‘o que eu vou fazer agora’, a dor não acaba nunca, mas tô aí. Graças a Deus, graças ao povo brasileiro e graças ao Leandro, que não está aqui, mas deixou esse legado todinho pra mim”, desabafou em entrevista ao Fantástico.
A família
Em 2016, o extinto Programa do Gugu, da Rede Record, exibiu uma entrevista com Lyandra, uma das filhas do cantor. Isso fez com quem a saudade e as emoções da perda do sertanejo voltassem à tona.
Pai de quatro filhos, Thiago, Leandro Borges (de um relacionamento fora do casamento), Leandro Costa da Mota e Lyandra. A garota, que tinha três anos quando o cantor morreu, confessou sentir muita falta do pai. “Eu era muito criança, mas eu sentia o amor gigantesco que ele tinha por mim. A gente sente essas coisas”, contou emocionada.
Leandro foi casado com Andréa Motta. A cerimônia, com tudo do bom e do melhor, foi no ano de 1994.
João Paulo (João Paulo & Daniel)
Foto: Divulgação
A morte
12 de setembro de 1997, explosão de carro, aos 37 anos.
Depois de um show realizado em São Caetano do Sul/SP, fãs da dupla prepararam uma festa surpresa para o cantor Daniel, que tinha feito aniversário no dia 9. Mesmo com a insistência do amigo para ficar na festa e descansar um pouco, João Paulo preferiu pegar estrada de volta para Brotas, dizendo sentir saudade da família.
Na Rodovia dos Bandeirantes, acompanhado do segurança, João Paulo seguia no volante. Depois de pararem para abastecer, com o tanque cheio, o veículo apresentou problemas no pneu. O cantor perdeu o controle, capotou diversas vezes e parou na beira da pista. Um pouco depois do segurança se soltar das ferragens, a BMW, recém-comprada, explodiu. João Paulo morreu carbonizado.
A dupla
O auge da dupla com os sucessos “Estou Apaixonado” e “Te Amo Cada Vez Mais” foi o que mais comoveu o país. João Paulo & Daniel eram referência na música sertaneja e os dois estavam na principais paradas de sucesso das rádios. Com total apoio da família e dos amigos, Daniel seguiu carreira solo e, ainda hoje, é considerado como uma das vozes mais bonitas do Brasil.
“Além da falta que ele [João Paulo] faz pra mim, dessa lacuna que fica sem ser preenchida, o que eu mais sinto falta é da nossa harmonia, da dupla de verdade que a gente era. Além do segunda voz, existia ali um cara pra gente dividir as responsabilidades e um cara que a gente se divertia pra caramba na estrada“, confessou Daniel em entrevista para o radiodocumentário João Paulo & Daniel: a dupla que cantou para a terra e para o céu.
A família
João Paulo estava indo ao encontro da esposa Rose e da filha Jéssica, na época com cinco anos, em Brotas, quando o acidente aconteceu. Sempre muito amoroso, fazia questão de mostrar que a vida de casado, para ele, era uma grande experiência.
Hoje em dia, Jéssica é formada em veterinária. A paixão por cavalos é estampada nas redes sociais da jovem, que prova que herdou o amor pela natureza que o pai tinha.
Foto: Arquivo Pessoal
Claudinho (Claudinho & Buchecha)
Foto: Divulgação
A morte
12 de julho de 2002, em um acidente de carro, aos 26 anos.
A dupla Claudinho & Buchecha era o grande barato da época. Os irmãos, de história de vida muito humilde, ganharam o Brasil com um funk embalado por coreografias pra lá de engraçadas e fáceis de fazer. Mesmo com letras um pouco mais quentes, as crianças da época piravam quando eles se apresentavam nos programas de TV da época.
Em 2002, na Rodovia Presidente Dutra, que faz parte do trajeto SP-RJ, o cantor voltava de um show debaixo de chuva na companhia do empresário da dupla. O veículo derrapou e colidiu com uma árvore. Claudinho morreu e Ivan Mazielli, o empresário, ficou gravemente ferido.
O carro em que estavam havia sido comprado apenas dois dias antes do acidente. Embora a equipe e a dupla sempre voltassem juntos de van depois dos shows, com a empolgação da nova compra, Claudinho preferiu pegar estrada.
A dupla
A morte de Claudinho foi um choque para o país, que aprendeu a amar a dupla. Sete anos depois, em 2009, Buchecha declarou se sentir culpado pela morte do amigo: “eu me sinto muito culpado. Acho que eu deveria ter insistido mais, ter brigado até. Ele sempre me ouvia… Claudinho era um molecão, adorava jogar bola. E eu era a única pessoa que ele atendia. Só eu conseguia tirá-lo do campo de futebol, sabe? Acredito que, mesmo sem saber, eu já sentia que algo de ruim aconteceria“, confessou ao portal Extra.
Depois de 14 anos, o carinho pela história faz parte de uma lembrança boa. “Comecei a perceber que ele [Claudinho] fazia falta quando sentia as pessoas torcendo o nariz, achando que era meu fim se não tivesse ele por perto. Mas perdi um amigo e não só um colega de profissão. Ele era meu conselheiro. Agora fica a saudade, superada sempre com muito carinho e respeito. Até hoje me chamam de Claudinho. Não me incomodo porque minha ficha demorou a cair, até eu me confundo”, disse Buchecha em entrevista à Época na época.
A família
Lia Mattos, filha de Claudinho, embora tenha convivido pouco com o pai, segue carreira na música: “Quero dar continuidade ao trabalho do meu pai”, disse a menina em entrevista.
No aniversário de 15 anos, Buchecha foi o “príncipe” e dançou valsa com a filha do amigo.
Claudinho ao lado da filha Lia e da ex-companheira Wanessa – FOTO: Arquivo pessoal
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