Úlcera: saiba como ela se forma e como diagnosticá-la

A úlcera pode ser uma doença muito incômoda e agressiva. Entenda como se formam as feridas no interior do estômago e como diagnosticar esse mal

- A úlcera é causada por uma bactéria no estômago ou duodeno FOTO: Shutterstock

Úlcera péptica pode ser classificada tanto como estomacal, quando ocorrem na parede interna do estômago, como também duodenal, quando acometem o duodeno, tubo que liga o estômago ao começo do intestino delgado. Mas o que leva à sua ocorrência?

Como se formam

A origem das úlceras está diretamente ligada à digestão da comida, que começa ainda na boca, onde tanto a mastigação quanto a salivação são responsáveis por começar a quebrar as partículas dos alimentos, para que seus nutrientes possam ser posteriormente absorvidos. Se não fosse por esse processo, o organismo não obteria energia suficiente para realizar suas diversas funções.

Após ser engolido e atravessar a faringe e o esôfago, o alimento chega ao estômago, onde é submetido a compostos químicos de caráter bem mais ácido, no intuito de dissolver o que resta do que foi digerido em partículas ainda menores, antes de ser encaminhado ao intestino para a posterior excreção. O revestimento interno do estômago e do duodeno já é, por natureza, resistente a tamanha acidez. Porém, o sistema não é 100% eficaz e as úlceras são justamente as feridas que se formam quando as mucosas dos dois órgão são corroídas pela mistura do bolo alimentar com o suco gástrico.

Bactéria perigosa

A bactéria Helicobacter pylori responde pela maioria dos casos de úlceras pépticas. “Essa bactéria é muito especial na história da humanidade. Ela se aloja no estômago em um ambiente muito ácido e produz uma inflamação crônica. Foi a responsável, durante muito tempo, pelas úlceras de estômago e duodeno sem que a medicina soubesse desta relação”, explica o gastroenterologista Nilton Machado.

Um detalhe importante na atuação da temida bactéria é que ela não necessariamente leva a um aumento da acidez estomacal, mas sim deteriora o muco que reveste o estômago e o duodeno, tornando-os mais frágeis do que o usual. Há, inclusive, situações em que secreta substâncias antiácidas para que ela mesma possa sobreviver.

mulher de blusa listrada e óculos com as mãos nos estômago, expressão de dor

A alimentação influencia e muito o seu estômago | Foto: Shutterstock

E não são todos os seus portadores que obrigatoriamente irão desenvolver algum tipo de úlcera — há espécies menos e mais agressivas da Helicobacter pylori e fatores genéticos podem tornar certas pessoas mais predispostas ao problema.

Quando não é a bactéria que está envolvida nas causas da úlcera, muito provavelmente os motivos remetem ao uso abusivo de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, a exemplo da aspirina e libuprofeno. Portanto, quem precisa fazer uso de algum remédio que se enquadre na categoria precisa consultar o médico sobre a possibilidade de alguma outra alternativa.

Complicações geradas pela úlcera

Sangramento: ocasionalmente, é o único sinal da doença. Quando lento, causa anemia e fadiga. Quando acelerado, costuma ter implicações graves e pode ser percebido por meio das fezes e vômitos mais escurecidos ou presença de sangue em ambos.

Perfuração: é mais grave do que os sangramentos, pois, através do buraco na parede do estômago, o suco gástrico, assim como os alimentos e bactérias, pode extravasar, culminando em dor súbita e aguda, exigindo tratamento cirúrgico.

Obstrução: a cicatrização dos edemas pode levar a um inchaço, que obstrui a passagem dos alimentos, resultando em vômitos e perda de peso.

Diagnóstico

O exame de endoscopia digestiva alta é o mais indicado para a confirmação da úlcera e sua causa. Envolve o uso de um tubo flexível — de diâmetro reduzido e com uma microcâmera de vídeo na ponta — que, introduzido por via oral, atravessa esôfago, estômago e duodeno. Simultaneamente, o médico pode acompanhar todo o andamento por meio de um monitor de vídeo, além de coletar pequenos fragmentos para análise. A presença da Helicobacter Pylori precisa ser confirmada, para que o melhor tratamento possa ser avaliado. A endoscopia é realizada com o paciente sob sedação.

 

Texto: Redação Alto Astral

Consultoria: Nilton Machado, gastroenterologista

 

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