É verdade que o desenvolvimento da medicina melhorou muito o acompanhamento da gestação e diminuiu complicações comuns há algumas décadas. O que não mudou é a faixa etária ideal para ter filhos: entre 20 e 35 anos. De acordo com o médico Artur Dzik, especialista em reprodução humana, isso se deve à melhor qualidade dos óvulos nessa fase. Ele explica outras diferenças e riscos da gestação em cada idade.
Vantagens e riscos da gestação aos 20, 30 e 40 anos:
Mãe aos 20
Vantagens: nesta fase, é mais fácil engravidar e realizar um parto normal, devido à flexibilidade e ao tônus muscular; há maior proteção contra o câncer de mama e ovário, além de menor risco de abortamento por causa genética.
Desvantagens: para o médico, talvez as únicas complicações estejam no menor preparo emocional e econômico para criar e educar os filhos. Já a gestação em adolescentes está mais relacionada à problemas de elevação da pressão arterial, o que pode levar a crises convulsivas, conhecidas como eclampsia, com risco de vida para a mãe e o bebê.
Mãe aos 30
Vantagens: até os 35 anos, o quadro é semelhante ao das mulheres na faixa dos 20: é mais fácil ficar grávida e ter um parto normal, com risco reduzido de abortamento de causa genética. Para o especialista, outra possível vantagem é a maturidade emocional e econômica.
Desvantagens: Dzik não recomenda que, de forma geral, as mulheres adiem a chegada do bebê para depois dessa faixa etária, pois os riscos da gestação aumentam. “A fertilidade vai contra a idade e postergar a maternidade, em alguns casos, pode significar não ser mãe. Após os 35 anos, existe maior dificuldade de gestar, o que se acentua muito aos 40”, justifica.
Mãe aos 40
Vantagens: o médico acredita que nessa idade a maturidade emocional e econômica conte pontos na criação dos filhos.
Desvantagens: entre as complicações mais comuns estão dificuldade para engravidar; aumento no risco de aborto por causa genética ou parto prematuro; menores chances de realizar um parto normal; maior incidência de hipertensão arterial crônica, problemas circulatórios e diabetes gestacional. Algumas recomendações são específicas para a gravidez nessa fase, e incluem: avaliação clínica e cardiológica antes de engravidar, acompanhamento nutricional e aconselhamento genético com um especialista em medicina fetal. “O principal cuidado é iniciar o mais precocemente possível o pré-natal com o obstetra de sua confiança”, destaca o médico.
Consultoria: Artur Dzik, médico ginecologista, Diretor do Serviço de Esterilidade Conjugal do Hospital Pérola Byington e Diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH)
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