Personalidade e memória: como elas se relacionam?

A formação da personalidade começa a ser desenvolvida ainda na infância, com a influência das primeiras experiências e referências

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Na adolescência, na fase adulta, na terceira idade… Olhar-se no espelho e ficar cheio de dúvidas é bem comum, afinal “quando me tornei o que sou?” não é uma pergunta tão simples de ser respondida. O neurologista Martin Portner sugere que a personalidade seja pensada como um trapiche apoiado em quatro pilares: a combinação dos genes da mãe e do pai, a quantidade de experiências – principalmente afetivas – vividas nos primeiros anos de vida, o conjunto completo da escolarização e as experiências individuais adquiridas no trabalho, lazer e na sociedade.

“Esses pilares formam a estabilidade do trapiche e permitirão que embarcações (os relacionamentos) possam (ou não) ser nela ancorados”, explica Portner. Nesse caso, o conjunto de memórias indo e vindo ao longo da vida são responsáveis, principalmente, por esses últimos três pilares que sustentam a personalidade do indivíduo.

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As memórias representam um tipo de atividade do cérebro, e são constantemente gravadas e retomadas. Podem ser breves – como o número de um telefone para ser discado – ou antigas – por exemplo, a data e as circunstâncias de uma festa específica. Por sua vez, as vivências infantis e aquelas obtidas durante as experiências da vida adulta são arquivadas em setores cerebrais distintos e têm facilidade variável para serem acessadas.

De acordo com o neurologista, “pode ser que determinada memória tenha sido gravada com uma etiqueta que diz ‘assunto desagradável, melhor evitar relembrar’; nesse caso, sua recordação será dificultada ou até mesmo impedida. Outras são ligadas à produção da sensação de prazer causada pelo neurotransmissor dopamina – por isso se diz que ‘recordar é reviver’”.

É importante destacar, porém, que a personalidade de um indivíduo pode sofrer diversas mudanças ao longo da vida. Desde criança, aprendemos a acreditar em valores específicos (sem perceber), e depois passamos a questionar tudo que for diferente daquilo que fomos ensinados a acreditar. “Não é por acaso que os filhos costumam ter humores, gostos e crenças similares aos dos seus educadores. Por isso, a maioria dos adultos são reverberações ou reproduções do que aprenderam até uns 12 anos de idade.

Caso esta pessoa comece a questionar os valores e crenças aprendidas desde criança, aí sim tem-se o início de uma ‘crise existencial’, podendo redefinir a própria vida e alterando as características mais importantes da sua personalidade, o que não é comum”, aponta o psicólogo Bayard Galvão.

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Texto e entrevistas: Carolina Firmino – Edição: Giovane Rocha/Colaborador

Consultorias: Bayard Galvão, psicólogo clínico; Martin Portner, neurologista e mestre em neurociência pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos

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