Quando uma substância ou medicamento é desfavorável para o ouvido interno é chamada ototóxica. É o caso de produtos químicos como solventes e metais, medicamentos como quimioterápicos, antibióticos da família dos aminoglicosídeos, diuréticos, entre outros. As principais manifestações de seus efeitos nocivos são: zumbido, várias formas de deficiência auditiva e vertigem. Saiba mais sobre a perda auditiva a seguir!
Ih, perdi!
Doenças de origem inflamatória (virais, bacterianas, autoimunes e alérgicas), vasculares, afecções neurológicas degenerativas, ototoxidade, tumores e traumas (ruídos, traumatismos cranioencefálicos, etc.) relacionam-se com os fatores adquiridos. “A exposição a ruído forte, como a qualquer outro tipo de som intenso, pode acometer o órgão auditivo e provocar a perda de audição. Essa é a segunda causa mais comum de perda auditiva e é relacionada, frequentemente, ao trabalho”, esclarece a professora de Audiologia Ana Paula Perez.
E é possível saber quando a poluição sonora ou os ruídos do ambiente de trabalho estão afetando a audição utilizando o decibelímetro, um equipamento que mede o ruído existente num ambiente em decibéis (dB). Por exemplo, de acordo com a legislação trabalhista, até 85 dB é o limite aceitável de exposição contínua por até oito horas. Com valor de intensidade de 100 dB, o tempo máximo de exposição diária permitida sem repouso sonoro cai para uma hora. Se for de 110 dB, 15 minutos.
Para ambientes com níveis de ruído a partir de 115 decibéis, a legislação exige o uso de equipamento de proteção individual. “Para evitar consequências negativas para a audição, portanto, é indispensável o uso de equipamento de proteção individual em ambientes ruidosos e o respeito aos intervalos para repouso, quando for o caso”, defende fonoaudióloga Regina Célia Bortoleto Amantini.
Porém, também são considerados como ruídos intensos outros barulhos presentes no nosso dia a dia, como: aspiradores de pó, liquidificadores, discotecas, fones de ouvido com volume alto, cortador de grama, meios de transporte (ônibus, metrô, trânsito congestionado, caminhão, etc.), prática de exercícios em academia com música alta, além de tiros, explosões, etc.
Cuidado com os fones!
Eles acentuam o risco de perda auditiva quando utilizados em volume elevado. E, graças a essas modernidades, com baterias duradouras e grande capacidade de memória, os indivíduos ficam expostos a altos volumes sonoros por mais tempo. “Estima-se que a maioria dos usuários têm o hábito de ouvir música acima de 85 decibéis. Isso acontece porque eles querem ouvir somente a música do aparelho e não os sons externos, necessitando aumentar o volume para intensidades que danificam a audição”, revela Ana Paula.
No entanto, há uma variação individual de suscetibilidade, ou seja, não depende unicamente dos componentes do ruído, mas também de uma série de fatores hereditários e da história individual que podem afetar a audição e interagir com o ruído. Algumas pessoas possuem maior “resistência” e suportam longas exposições de níveis de ruído forte, sem sofrerem prejuízos, enquanto outras são mais sensíveis e sofrem lesões, mesmo com quantidades menores de exposição a ruídos.
Se a intensidade for muito alta, principalmente acima de 80 dB, pode ser prejudicial. “Essa exposição pode provocar inclusive outros sintomas, como zumbido e estresse, por exemplo. Portanto, no caso de fones de ouvido, a orientação é não abusar do volume e do tempo de uso. Evite o uso prolongado por mais de duas horas sem intervalo”, orienta Regina. Confira o esquema abaixo sobre a relação entre os níveis de decibéis (dB) e o fone de ouvido.
Dicas de ouro para proteger o ouvido
- Evitar o uso prolongado de fones de ouvido com intensidade alta.
- Usar equipamento de proteção individual em ambientes de trabalho com ruídos intensos.
- Fazer uso de medicamentos somente com orientação médica.
- Se houver qualquer suspeita de perda auditiva, procurar otorrinolaringologista e avaliação audiológica.
- Exposição a ruídos intensos, como tiro e/ou bombinhas (próximo ao ouvido).
- Infecções do ouvido recorrentes (otites) podem ocasionar perdas reversíveis que, se não tratadas adequadamente podem se tornar irreversíveis.
- Exposição constante a ruídos de intensidade elevada, por tempo prolongado, sem uso de equipamento de proteção individual.
Consultoria: Ana Paula Perez, professora de Audiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); Regina Célia Bortoleto Amantini, fonoaudióloga e chefe da divisão de saúde auditiva do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP)
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