Também conhecido como quarentena, o resguardo é um período de 40 dias contados a partir do parto, tempo que o corpo da nova mamãe leva para a regeneração da região do útero.
O ginecologista Jurandir Piassi Passos, formado em medicina pela Universidade de São Paulo, também obstetra e especialista em medicina fetal, esclarece que o resguardo é caracterizado pela eliminação de uma secreção chamada de lóquio. Ela muda de cor ao longo do tempo, sendo, no início, de cor vermelho-vivo que vai escurecendo, tornando-se marrom-escuro, passando para o alaranjado, amarelo-claro até ficar transparente.
Para você entender muito mais sobre o processo de resguardo, conversamos com o especialista e preparamos um material especial, confira!
Resguardo ou puerpério? Embora sejam bastante confundidos, os dois períodos podem coincidir, mas não são a mesma coisa. O ginecologista Jurandir Piassi Passos explica que o puerpério, também conhecido por período pós-parto ou sobreparto, é aquele que vai desde a saída da placenta até a volta do organismo materno às condições que possuía antes da gravidez. Esse tempo, segundo o médico, pode variar de mulher para mulher: "Se levarmos em consideração o tempo que as alterações cardiovasculares e hormonais levam para retornar ao estado pré-gravídico, isso pode significar para algumas mulheres um período de até 6 meses", explica. - Foto: iStock
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Quais são os principais mitos? Os mais comuns: 1) a mulher não pode lavar o cabelo, pois o sangue poderia subir para a cabeça e ela acabaria enlouquecendo; 2) mulher não pode levar um susto muito grande, pois o leite seca; e 3) a mulher não pode comer carne de porco. - Foto: Shutterstock
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Como fica a menstruação? O tempo para o retorno da menstruação varia de mulher para mulher. Enquanto algumas amamentam por um ano sem menstruar, outras podem amamentar pelo mesmo período e voltam ao normal já no quarto mês. É comum que as primeiras menstruações venham de maneira irregular "devido aos hormônios relacionados à produção do leite materno", lembra o médico. - Foto: Shutterstock
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A mulher não precisa ficar em repouso os 40 dias:"Ela pode ter uma atividade diária normal, só não exagerando e ultrapassando o limite do corpo, o que pode acarretar dores nos locais de cicatriz, principalmente nos partos normais com episiotomia - corte na vagina para ajudar na saída do bebê - ou cesarianas", esclarece o médico. - Foto: Shutterstock
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É preciso usar cinta? Antes esse acessório era muito utilizado, mas atualmente os fisioterapeutas não indicam o uso, já que o esforço para a recuperação da musculatura abdominal ficava só por conta da cinta e não da mulher em si, prejudicando a normalização. Porém, em alguns casos específicos, ela ainda pode ser recomendada. O importante é conversar com o seu médico. - Foto: Divulgação
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Quais os cuidados necessários nesse período? "O ideal é que a mulher tenha uma alimentação equilibrada, períodos de descanso e higiene corporal adequada", indica o especialista. Jurandir explica que os absorventes devem ser trocados com frequência enquanto houver secreção. Além disso, o médico recomenda uma boa limpeza das cicatrizes e o uso de medicamentos prescritos pelo obstetra. - Foto iStock
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Posso retomar minha vida sexual? Durante a quarentena, o médico não recomenda a prática sexual. Isso porque "a pele da vagina, chamada mucosa vaginal, encontra-se mais fina e sensível, o que pode tornar a relação dolorosa para a mulher", explica Jurandir. Além disso, tanto a cavidade uterina quanto os líquidos presentes apresentam bactérias que aumentam o risco de infecção tanto na mãe quanto no parceiro caso este esteja desprotegido. Porém, depois do resguardo, ainda que a mulher não esteja totalmente recuperada, já é possível reincorporar o sexo no dia a dia. - Foto: iStock
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Já me sinto melhor e tenho vontade de transar. Como começar? Este é um período que exige compreensão e paciência do parceiro. É importante que as relações voltem aos poucos e no ritmo que a nova mamãe ditar: "A mulher não deve se cobrar em ter vontade de ter relação, é normal", reforça o médico. Mesmo assim, é recomendável que a mulher se solte e se sinta à vontade para conversar com o parceiro sobre o quer. - Foto: Glow Images/Latinstock
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E dá para engravidar? Durante o resguardo em si, não é esperado que haja uma nova gravidez, já que o útero ainda não está preparado. Porém, durante o puerpério, é possível que haja gravidez, já que o corpo está voltando ao normal. A ovulação já ocorre cerca de 14 dias antes da primeira menstruação há a ovulação que, ou seja, a mulher já está fértil e pode haver fecundação.Portanto, para quem deseja voltar a ter relações sexuais, é preciso se precaver.
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