Estima-se que 25% das mulheres brasileiras estão infectadas com o vírus HPV (papiloma vírus humano), segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Na maioria dos casos, essa infecção é transitória, combatida pelo sistema imunológico, e nem apresenta sintomas. Por outro lado, o vírus é responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero. Saiba mais sobre HPV e câncer de colo de útero e não caia nessa cilada!
Números elevados
O HPV já ocupa o primeiro lugar no ranking das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) – segundo alguns estudos, de 50 a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV. Há mais de 200 tipos do vírus, classificados em baixo e alto risco de câncer. A contaminação também é comum entre os homens, mas a pele da região genital deles é mais resistente, além de ser mais fácil perceber se alguma ferida ou machucado aparecer.
Transmissão
O vírus pode ser transmitido quando houver contato direto com a pele infectada e por meio das relações sexuais sem proteção – incluindo o sexo oral (relacionado a tumores de boca e laringe) e o anal-. Mesmo que não haja sintomas, jamais dispense a camisinha! O contágio pelo contato com objetos, como vasos sanitários e toalhas, apesar de raro, também é possível. Assim, manter uma higiene adequada é essencial.
Previna-se!
O diagnóstico precoce é essencial em qualquer doença. Consultar o ginecologista todo ano (ou sempre que perceber qualquer sinal de algo errado), então, é indispensável. “O diagnóstico é feito pelo método de Papanicolau, podendo ser confirmado por colposcopia ou biópsia do colo uterino ou de outras áreas infectadas. No caso do homem é feita a peniscopia”, explica o ginecologista Marco Antonio Guerra.
Como identificar?
Quando a doença apresenta sintomas, podem aparecer verrugas ou pequenas feridas na vagina e ao redor dela, no ânus e no pênis. Essas lesões podem ser microscópicas, ou seja, não são vistas a olho nu, por isso, consultar o médico regularmente é fundamental. O vírus pode permanecer incubado no organismo durante vários anos e só se manifestar quando houver uma queda na imunidade. Portanto, se os sintomas surgirem, isso não quer dizer que o vírus foi adquirido naquele momento. Assim, nada de culpar o parceiro atual, já que o HPV pode ter sido contraído com outra pessoa, há anos atrás. O ideal é que, quando qualquer um dos dois apresentar os sinais, o casal faça o tratamento correto.
Não deixe para depois
Existem diversas formas de tratamento e, na maioria dos casos, as lesões são completamente curadas. A orientação médica é indispensável: é o profissional quem vai escolher a melhor opção. Cauterização com substâncias químicas, pomadas cicatrizantes e laser são alguns dos tratamentos disponíveis. Não há medicamentos para tratar o HPV em sua forma latente, ou seja, que não apresenta lesões (visíveis ou detectáveis por exames como o papanicolau). Junto ao tratamento médico, é importante manter hábitos saudáveis para reforçar o sistema imunológico. Adotar uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e não fumar são os principais.
Mais proteção
Para reforçar a prevenção, a melhor medida é a vacinação, aplicada em três doses, ainda não disponíveis gratuitamente. Segundo especialistas, o melhor é tomá-las antes da iniciação sexual, quando ainda não houve contato com o vírus. “Essa vacina protege contra quatro tipos de HPV, que são aqueles com potencial oncogênico, ou seja, que podem causar o câncer ginecológico”, explica Marco. É indicada para pessoas de 9 a 26 anos e contraindicada para grávidas. Ainda não se sabe por quanto tempo a vacina é capaz de proteger. Portanto, ela não exclui a necessidade de usar preservativos em todas as relações sexuais e consultar o médico regularmente.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Marco Antonio Guerra, ginecologista | Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)
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