O estado emocional tem o poder de acelerar ou prejudicar a aprendizagem, e cabe aos educadores e às instituições onde eles atuam identificar os fatores que eventualmente estejam interferindo no desempenho escolar, sobretudo quando se tratam de crianças e adolescentes.
As notas ruins e o desinteresse muitas vezes podem estar relacionados a um dilema interno familiar ou ao bullying (agressões físicas ou verbais constantes por parte de colegas).
O que interfere na aprendizagem?
A psicopedagoga Dayse Serra destaca a necessidade de se despertar no aluno o prazer pelo estudo: “A psicopedagogia acredita que aprendemos com todo o nosso ser: cognição, corpo, afetividade e socialização. Qualquer entrave em algum desses aspectos pode prejudicar o processo de aprendizagem. Por exemplo, o vínculo afetivo da criança com seu professor e com a escola pode ser um elemento que favorece o aprender ou prejudica a superação do indivíduo”, explica.
Esse princípio também é válido para estudantes que exigem um acompanhamento diferenciado e, justamente por isso, precisam de métodos exclusivos: “Quando a criança possui alguma necessidade especial, talvez seja preciso buscar caminhos diferenciados para ensiná-la”, conclui Dayse.
Sendo assim, vale usar toda a criatividade para fugir dos formatos tradicionais – ainda mais com os recursos que a tecnologia hoje oferece – e envolver também pais e familiares em um processo conjunto: “A conscientização e mobilização devem englobar ações conjuntas dos alunos, de suas famílias e dos educadores. Dessa forma, as crianças passam a ser capazes de adotar uma postura mais comprometida com o que é aprendido”, reforça a pedagoga Luciana Martins Maia. Um aluno desinteressado pode ser apenas um aluno mal estimulado.
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Texto: Marcelo Ricciardi/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Dayse Serra, psicopedagoga, mestre em Educação Especial e professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF); Luciana Martins Maia, pedagoga e diretora do Instituto de Desenvolvimento e Capacitação Profissional (IDCP); Sonia Brucki, neurologista e membra do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).