A endometriose é causada pela presença do endométrio, que deve ser expelido junto com a menstruação. “Em algumas mulheres, as células do endométrio podem crescer fora do útero”, explica o ginecologista Maurício Simões Abrão. Assim, a doença se estabelece e pode comprometer a qualidade de vida da paciente. O problema costuma começar durante a adolescência, mas, normalmente, só é diagnosticado por volta dos 30 anos. Além disso, devido à falta de informação, o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico da doença costuma ser, em média, de sete anos. Boa parte das mulheres só descobre ter endometriose quando sofre dificuldades para engravidar, mas daí já pode ser tarde demais.
Causas da endometriose
O principal motivo para o surgimento da doença, segundo Abrão, é a maternidade tardia. “Hoje, uma mulher tem 400 menstruações ao longo de sua idade fértil. No início do século 20, eram 40”, comenta. Isso porque a mulher também tinha mais gestações, ou seja, menos endométrio “disponível”. Mas há outras causas, como problemas com imunidade, genética e fluxo menstrual retrógrado, além de estresse e ansiedade.
A consequência mais grave decorrente da endometriose é a impossibilidade de ter filhos. Segundo o médico, metade das mulheres que têm endometriose não consegue engravidar. Para evitar, é preciso estar atenta aos sintomas, já que apenas 10% das mulheres não apresenta nenhum deles. Os sinais mais clássicos do problema são: cólicas menstruais fortes, que não passam com remédios; menstruação irregular; náuseas, diarreia e/ou constipação durante o período menstrual; infertilidade; dor ao menstruar ou durante o ato sexual.
Prevenção e tratamento
Fique atenta ao seu corpo: ao perceber dores durante a menstruação ou nas relações sexuais, procure um ginecologista. Outras formas de prevenir é aumentar a imunidade, praticar exercícios e até mesmo fazer terapias específicas. Ainda de acordo com o ginecologista, você pode solicitar ao médico que receite pílulas combinadas e o DIU de progesterona, que também previnem a endometriose. O tratamento é feito por meio de uma cirurgia chamada laparoscopia ou com remédios que bloqueiam os hormônios responsáveis pelo ciclo menstrual.
Consultoria Maurício Simões Abrão, ginecologista
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