Descubra como o ato de desapegar pode ajudar no dia a dia

Somos acumuladores. Objetos, coisas, sentimentos... Descubra por que precisamos nos desapegar de certas coisas para buscar uma vida melhor.

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“Desapegar”. Quase todo mundo já ouviu esse conselho alguma vez na vida, geralmente de algum amigo ou amiga dando aquela força nos momentos mais complicados. Faladas assim, numa situação de consolo, nem dá para perceber direito, mas essas oito letras caracterizam um dos maiores desafios do ser humano: desapegar. Ninguém se dá conta de que esse processo é difícil até que se depara com uma situação como “preciso separar algumas roupas para doação porque as novas não cabem no armário”. Ficamos numa sinuca de bico: do que abrir mão? É claro que o momento pode ser ainda pior e envolver um relacionamento sério, por exemplo. “Queria terminar, as coisas não vão bem, mas ele(a) esteve comigo em tantos momentos até hoje…”. Difícil. Mas não impossível: quando paramos para pensar e estamos dispostos a eliminar certas coisas que já não importam como antes, o fardo da vida vai, aos poucos, ficando mais leve. Só que para isso existe todo um caminho a trilhar, e a seguir, vamos tentar entendê-lo um pouco melhor, a fim de dar os primeiros passos.

Por que a gente se apega?

Acumular é um instinto quase que natural do ser humano por um simples motivo: o simbolismo que atribuímos aquilo que nos apegamos. “No ser humano, a capacidade de simbolização permite atribuir um valor emocional a várias situações, coisas ou vivências”, resume a psiquiatra Julieta Guevara. A educadora e especialista em inteligência emocional Semadar Marques destaca outro ponto importante que nos faz ter esse apego todo: certas convicções que são transmitidas por gerações. “São crenças de que somente possuindo determinado bem é que se é feliz”, indica a profissional. “Posteriormente, viram uma verdade interna que nos torna profundamente apegados e ansiosos em possuir determinado ‘objeto de felicidade’”, diz.

imagem de uma mulher feliz representando o desapegar

Foto: iStock.com/Getty Images

Praticando o desapegar

A resposta é: dá. E tudo começa partindo de você. A dica dos especialistas para desapegar é começar a se questionar se aquilo que você tem é realmente necessário para uma vida bacana, ou se é supérfluo e serve apenas para gerar ansiedade e o medo de perder, que, como já indicado pelo neurologista Martin Portner, estão na raiz do apego excessivo.

“A realidade é: tudo na vida é passível de perda. E quanto mais formos apegados às coisas que nos rodeiam, mais frágil torna-se a felicidade”, destaca Semadar Marques. “Estar feliz e bem consigo deve independer daquilo que temos, mas deve estar profundamente ligado a como nos sentimos com nós mesmos”, diz.

O que a especialista frisa é que devemos estar sempre abertos aos questionamentos a respeito de tudo o que tínhamos como
crença absoluta na hora de consumir. “O foco é libertar-se da necessidade de atender expectativas externas, da sociedade e do
círculo social. Isso dá uma imensa sensação de alívio”, revela.

Imagem de uma mulher feliz representando o desapegar

Foto: iStock.com/Getty Images

 

Após esses questionamentos, é hora de pôr a mão na massa e de dar um giro na perspectiva com a qual encaramos as situações da nossa vida. “Nossa mente é capaz de se reconfigurar, priorizando as experiências humanas no lugar de bens materiais”, sintetiza Martin, “por exemplo, se você é apegado ao seu novo celular, mas ao mesmo tempo contempla uma viagem à Patagônia, onde imensidões geladas e pouco habitadas lhe darão a sensação de que a vida offline é agradável, essa experiência fará parte do andaime sobre o qual você vai desenvolver o desapegar”. O problema é: e quando são justamente as nossas experiências – mais especificamente, o acúmulo de situações ruins que se tornam mágoas – que são a nossa maior dificuldade de desapego? Como proceder? A especialista em organização Helô Costa comenta que o mais importante é identificar o que está incomodando no dia a dia. Depois, é hora de organizar os ambientes, “sempre lembrando que a nossa casa deve ser um espaço de convivência e de alegria, e não de depósito, e que os ambientes possuem um espaço físico limitado”, ressalta a profissional.

Consultorias: Julieta Guevara, psiquiatra; Helô Costa, especialista em organização; Martin Portner, neurologista; Semadar Marques, educadora e especialista em inteligência emocional

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