De acordo com a ciência, não é possível curar a psicopatia. “Os tratamentos não alcançam bons resultados. É frustrante, pois não há como mudar a maneira dessa pessoa ver e sentir o mundo”, explica Vânia Calazans, psicóloga e hipnoterapeuta cognitiva.
O neurologista Martin Portner completa: “A retirada do convívio com as demais pessoas persiste sendo a única forma para fazer com que sua tendência inata à violência seja contida intramuros. Em psicopatas não assassinos, essa violência é canalizada pelo indivíduo para causar sofrimento aos demais, como colaboradores hierarquicamente inferiores no ambiente de trabalho, colegas de profissão ou pessoas da família”.
Isso porque, diferentemente do que o senso comum prevê, a maioria dos psicopatas não mata, tudo vai depender do grau de psicopatia do indivíduo. Quando leve e moderada, até passam despercebidos no ambiente social, mas, ao mesmo tempo em que encantam com sua fala delicada, são frios, mentirosos e manipuladores.
“O traço mais forte do indivíduo com personalidade antissocial é a absoluta falta de remorso em fazer mal a alguém, o que não significa que ele queira fazer mal a alguém. Ele pode ser inteligente, um bom médico, um excelente advogado, um presidente de um país, um psicólogo ou exercer qualquer outra profissão, contudo, algumas parecem atraí-lo mais do que outras”, explica Bayard Galvão, psicólogo clínico e especialista em hipnose.
No caso de tais desvios presentes em crianças, a analista junguiana Cristianne Vilaça alerta que nem sempre existem sinais claros de psicopatias ou perversões. “Contudo, se a criança apresenta algum comportamento que costuma fugir do convencional, ou seja, se ela se mostra indiferente ao sofrimento de outros seres ou até mesmo venha a provocar algum tipo de sofrimento de modo proposital, é bom estar atento”, defende.
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Texto e entrevistas: Carolina Firmino – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Bayard Galvão, psicólogo clínico, especialista em hipnose e presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo; Cristianne Vilaça, analista junguiana; Martin Portner, neurologista, mestre em neurociência pela Universidade de Oxford, escritor e palestrante; Vânia Calazans, psicóloga e hipnoterapeuta cognitiva