O apresentador e jornalista José Luiz Datena comunicou que fará uma cirurgia bariátrica para controlar o diabetes. O anúncio foi feito quarta-feira (07.09), no programa Brasil Urgente, da Bandeirantes.
Datena explicou seus motivos para recorrer ao procedimento cirúrgico: “Eu vou ser obrigado a fazer uma cirurgia que é para emagrecer, questão de saúde, porque eu tenho diabetes. Se eu não fizer essa cirurgia, eu morro”.
De acordo com José Luiz Datena, a questão estética é importante: “todo mundo gosta de ficar bonito, de passar bem”, mas a saúde é o que mais motiva o apresentador: “gordura atrapalha as pessoas, traz uma série de problemas”. Ele ainda comentou, em uma brincadeira:”Vou ficar magrão, parecendo o Brad Pitt“.
O apresentador deverá perder cerca de 30 quilos com a cirurgia bariátrica. Saiba mais sobre esse procedimento cirúrgico:
Entenda a cirurgia bariátrica
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a “cirurgia bariátrica e metabólica está consolidada como um tratamento eficaz contra a obesidade grave. O avanço de técnicas e tecnologias levou a especialidade a se tornar uma alternativa segura e eficiente não só contra a obesidade, mas também contra doenças associadas como diabetes, hipertensão e outras agravadas pelo excesso de peso.”
O Brasil tem o segundo lugar na lista de países que mais realiza este procedimento, com cerca de 80 mil registros anuais, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Diagnóstico
Os critérios para determinar a obesidade vêm mudando. A taxa do IMC (Índice de Massa Corporal) é um dos indicativos, mas também é avaliada a saúde e o acúmulo de doenças relacionadas ao sobrepeso do paciente. Dependendo do perfil, a cirurgia bariátrica não precisa ser realizada como tratamento.
Preparativos
O paciente passa por uma série de exames pré-operatórios, consultas com endocrinologista, nutricionista, psicólogo e o cirurgião que fará o procedimento. Como a cirurgia é, principalmente, no estômago, são necessários também exames laborais como endoscopia, ultrassom do abdômen, de sangue e hormônios da tireoide. “Se o paciente tem uma doença cardíaca específica, ele fará outros exames complementares”, afirma o especialista Marcos Giansante.
Etapas da cirurgia
O processo cirúrgico está mais avançado e menos invasivo. “Antigamente a cirurgia era feita por corte, hoje é realizada por pequenos furos – que são a videolaparoscopia – auxiliados com a presença de um robô, mas usando as mesmas técnicas que eram usadas antigamente”, explica Giansante.
A primeira delas é a redução do tamanho estômago, feita para garantir a antecipação da saciedade do paciente, de forma mais rápida e eficaz. Nesse processo, uma parte do órgão não servirá como reservatório de alimento. Essa etapa também é conhecida pelo nome sleeve.
“Para melhorar o metabolismo, é feito um pequeno desvio do estômago para o intestino, não muito acentuado. Essa etapa promove uma melhor dinâmica nos hormônios digestivos”, esclarece Giansante.
O que garante o sucesso da cirurgia e do tratamento da obesidade é a união dessas duas etapas, que se complementam e ajudam o paciente a emagrecer e a ter todo o processo digestivo, desde a saciedade ao metabolismo funcionando idealmente.
O pós-operatório também é importante para que tudo ocorra bem. “Nos primeiros 20 a 30 dias, a alimentação deve ser muito específica para preservar a cirurgia, deixando em repouso o que foi feito. Por isso, a alimentação deve ser mais líquida, com água, chá, caldos e isotônicos. Após esse período, a alimentação é gradativamente passada para pastosa e, por último, migra para a sólida”, finaliza o cirurgião.
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Consultoria: Marcos Giansante, especialista em cirurgia bariátrica do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). | Texto de: Giovana Sanches e Carolina Freire