As reações das crianças perante uma situação, normalmente uma contrariedade, são violentas, deixando os pais, muitas vezes sem reação. A agressividade é um comportamento inato, biológico, que se manifesta desde muito cedo. Para o psicólogo Joaquim Quintino Aires, as reações podem assumir várias formas. “Morder, bater, insultar, destruir brinquedos de outras crianças e verbalizações que magoam os adultos e os mais novos”, enumera. E, para aqueles que pensam que incide mais no sexo masculino, desenganem-se, conforme explica o especialista. “A agressividade é equivalente nos dois sexos. Contudo, as meninas desenvolvem-se psicologicamente mais rápido e descobrem que este tipo de comportamento lhe pode trazer prejuízos”.
O que fazer?
Pais e filhos necessitam de acompanhamento psicológico para encontrar o equilíbrio. “A agressividade é natural em qualquer ser humano. Não pense que só o seu filho é assim. ”, diz o psicólogo. Ele ainda alerta que os pais nunca devem ignorar qualquer atitude agressiva da criança, mesmo que ela pareça boba ou simples. “É importante que encontrem uma forma de mostrar autoridade e essa descoberta é feita na relação com a criança, pois cada uma delas reconhece diferentes sinais de autoridade”, conclui Quintino Aires. A única forma de reprimir a agressividade é mostrar autoridade, sem castigar ou bater. Sempre que a criança tenha um comportamento adequado, deve ser elogiada e recompensada para melhorar a sua auto-estima.
A culpa é de quem?
Algumas das atitudes agressivas nas crianças podem estar relacionadas com o chamar a atenção, mas não é o mais frequente. A agressividade é a resposta biológica à frustração. Outro fator, é a baixa auto-estima. “Curiosamente, a baixa auto-estima, é uma consequência da falta de limites (autoridade)”, afirma o especialista. Para os pais, também existe o problema dos jogos de computador, mas que em nada tem in – fluência no comportamento dos filhos, segundo diz o psicólogo: “a procura de jogos e séries agressivas, é uma forma de libertar alguma da agressividade que exista. Pode ser um sinal de alerta que deve ser investigado”.
Como viver bem?
O desenvolvimento psicológico se faz na relação com os outros e nas vivências compartilhadas. “O afastamento da criança é uma má estratégia, porque acarreta problemas futuros. As conversas em grupo mediadas por um adulto são uma boa ajuda”, afirma o profissional.
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Consultoria Joaquim Quintino Aires, psicólogo