A osteoporose é uma doença silenciosa e pode começar muito antes do que imaginamos. No Brasil, ela já atinge 10 milhões de pessoas. “Porém, as quantidades de cálcio e vitamina D que devem ser ingeridos durante a infância, juventude e idade adulta para ajudar na prevenção da osteoporose ainda são desconhecidas para a maior parte da população”, ressalta a pesquisadora da Danone Research, Violeta Niborski.
Por isso, todo cuidado com a alimentação é importante, complementando com laticínios e outras fontes de cálcio, além dos exames frequentes para analisar a saúde da estrutura corporal. Para que você esteja imune à doença e que mantenha ossos firmes em qualquer fase da vida, pontuamos as principais questões sobre a doença.
O problema é natural da velhice?
Segundo o Estudo Brasileiro de Osteoporose (Brazos) em 2010, 90% dos brasileiros disseram saber o que é osteoporose, mas não possuíam conhecimento sobre prevenção precoce, e acreditam ser uma doença inevitável da velhice. A medida que o corpo envelhece, a estrutura óssea também, por isso essa associação da doença com a terceira idade.
Porém, Violeta explica: “a osteoporose é a evolução de um problema que começa geralmente na idade adulta, quando as pessoas ainda têm entre 35 e 50 anos, a chamada osteopenia”. O termo significa que a densidade mineral óssea (DMO) está abaixo do esperado.
Então, quanto mais cedo prevenir, melhor?
Apesar dos problemas decorrentes da osteoporose, como fraturas e fraqueza, aparecerem apenas na terceira idade, é a partir da infância até, em média, os 35 anos de idade que o corpo deve fazer a reserva de nutrientes para manter os ossos saudáveis para a velhice.
“O osso recebe muito bem tudo aquilo de bom que a gente faz para o corpo. Atividade física, alimentação sem refrigerantes… A gente começa a prevenir desde cedo”, aponta Bruno Muzzi Camargos, ginecologista.
Quanto de cálcio é preciso?
Para atingir a quantidade necessária do mineral é preciso de três a quatro porções de leite ou derivados por dia, sem deixar de lado outros alimentos importantes, como frutas, legumes e verduras.
Veganos, que não consomem leite e derivados, podem encontrar em alimentos como leite de soja fortificado (em que no processo industrial, há adição do cálcio) e doses regulares de couve.
Porque devo fazer atividade física com frequência?
Os músculos são grandes protetores da estrutura óssea e, com o avanço da idade, eles tendem a perder a força, sobrecarregando os ossos e articulações.
Dessa forma, o recomendado é de, ao menos, 30 minutos de exercícios físicos diários, para manter os músculos e ossos em perfeita saúde.
A vitamina D também é importante?
Uma pesquisa realizada no Brasil em 2009 mostrou que 60% dos adolescentes tinham quantidade insuficiente da vitamina D. Outro examinou mulheres que já haviam passado a menopausa e tinham a doença e 42% delas também possuiam níveis baixos do nutriente.
A vitamina é essencial para a absorção intestinal de cálcio e é ativada através da luz solar. Por isso a necessidade de exposição solar durante a semana, pelo menos 3 vezes, em áreas extensas, como barriga, pernas e braços. A vitamina D ainda pode ser encontrada em peixes, castanhas e em carnes vermelhas.
Estou no grupo de risco?
Muitos acreditam que a doença é típica feminina, porém, apesar de mais frequente em mulheres, elas também atinge homens.
“Um em cada cinco homens e uma em cada três mulheres vão passar pelo problema”, destaca Bruno. Além disso, passar a juventude e vida adulta sem se preocupar com a alimentação, práticas de exercícios e ter hábitos nocivos como fumar, contribuem para o surgimento da doença.
Quando o exame é recomendado?
O acompanhamento alimentar e de profissionais da área da saúde é sempre indicado. Porém, mulheres após a menopausa e homens após os 70 anos devem fazer um check-up através do exame chamado desintometria óssea. Ele irá indicar se existe riscos da doença ou se os ossos estão prejudicados.
Depois do diagnóstico positivo, como proceder?
A osteoporose não tem cura, mas o acompanhamento médico é essencial. O profissional saberá encaminhar os cuidados necessários com a doença e a suplementação de nutrientes necessária para reduzir o risco de fraturas.
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Consultoria: Violeta Niborski, a pesquisadora da Danone Research; Bruno Muzzi Camargos, ginecologista