Remédios consumidos frequentemente podem perder o efeito?
Assim como muitos brasileiros, você sempre tem dor de cabeça, e o único jeito de aliviá-la é com aquele remedinho que nunca falha. Mas, depois de um tempo, você começa a perceber que, mesmo tomando o medicamento, a dor não passa. Será que o remédio não está mais funcionando? “Os medicamentos analgésicos, tanto os de ação periférica como de ação central, podem diminuir seu efeito pelo uso em excesso. Isso leva o usuário crônico a uma tendência de aumento da dose para o mesmo efeito inicial”, explica Lenina Matioli, médica ortopedista especialista pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Charles Amaral de Oliveira, anestesiologista e médico intervencionista da dor, ressalta que isso ocorre porque o organismo adquire tolerância e não responde da mesma forma à dose. “No manejo da dor, é recomendado, nesses casos, fazer um rodízio de medicamentos, dando uma pausa naquela medicação e retornando futuramente caso esteja indicado”, sugere o profissional.
Remédios consumidos para aliviar a dor podem viciar o cérebro?
De acordo com Lenina, sim. A profissional acrescenta que, além da dependência, o abuso de analgésicos também pode causar problemas hepáticos, renais e gástricos. “Algumas pesquisas mais recentes indicam até mesmo alterações cardíacas se usados em excesso. Isso ocorre tanto com medicações como um ‘simples’ paracetamol, como com o abuso de antinflamatórios e analgésicos de ação central”, alerta a médica.
Por que sentimos mais dor no frio?
Apesar de ser um fato, não há uma resposta pontual para tal questionamento. Mas, “existem alguns motivos prováveis: contração muscular da periferia, maior sensibilidade nas terminações nervosas de extremidades e alterações de secreções hormonais. Todas essas alterações relacionadas à sensibilidade de receptores de pressão e temperatura na pele”, esclarece a ortopedista.
Mulheres são mais resistentes à dor do que os homens?
Segundo Charles, essa questão é um mito, uma vez que homens e mulheres sentem dores na mesma intensidade. “O que se vê é que mulheres são mais resilientes em relação à dor por estarem mais expostas devido aos ciclos menstruais mensais”, analisa o especialista. Assim, a variação acontece de indivíduo para indivíduo. As pessoas são mais resistentes de acordo com seus critérios de sensibilidade. De acordo com Tatiana Hasegawa, reumatologista, é um acontecimento relacionado à parte neurológica, pois essa pode interpretar o estímulo. A profissional ainda afirma que “é por isso que, por exemplo, duas mulheres da mesma faixa etária apresentando a mesma doença respondem de formas totalmente distintas aos tratamentos ministrados”.
Texto: Érika Alfaro
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