A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um sistema terapêutico proposto pelo psiquiatra Aaron Beck, baseado nos estudos cognitivos de psicopatologias (males que afetam a mente). A ideia central por trás da TCC é muito simples de entender. Ela parte do princípio de que são as nossas compreensões sobre os fatos pelos quais passamos, e não os fatos em si, que determinam as respostas e reações que teremos sobre acontecimentos.
Ainda não entendeu? Vamos tentar um exemplo simplificado: imagine que quando criança você tenha sido perseguido por um cachorro, desenvolvendo um medo desses animais até a idade adulta. É a compreensão de que o cachorro o perseguiu que criou o trauma, e não a perseguição em si. Caso exista, por exemplo, uma compreensão posterior de que o cachorro na verdade queria apenas brincar, e não atacar, o medo iria embora.
As verdadeiras raízes do estudo, é claro, vão muito além do que foi expresso no parágrafo anterior, mas segue nessa direção. A TCC difere da famosa psicanálise pelo fato de permitir ao terapeuta a intervenção, direcionando o paciente a um novo entendimento sobre os fatos. Esse novo entendimento, aliás, tem um termo específico: reestruturação cognitiva.
Princípios básicos da terapia
As teorias da terapia cognitivo-comportamental partem da ideia de que existem fatores patogênicos (que causam problemas) e salutogênicos (que trazem saúde). “Os fatores salutogênicos resultam das ideias que diante das dificuldades nos fazem acreditar que podemos superá-las e continuar no caminho de nossas metas”, explica Arnaldo Vicente, psicólogo clínico especializado em TCC. “Os fatores patogênicos, por sua vez, resultam das ideias que nos fazem acreditar que não conseguiremos superar as dificuldades que surgirem no caminho de nossos objetivos. Nossos pensamentos imaginários automáticos podem nos assustar e provocar doenças mentais e até ativar ou agravar doenças orgânicas”, complementa.
Combate à depressão e outras doenças
Diversos problemas podem ser combatidos com o auxílio da TCC: “Depressão, ansiedade, pânico, fobias, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), estresse pós-traumático, bulimia, anorexia, obesidade, compulsões por drogas, compras, jogos, etc; esquizofrenia, bipolaridade, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), transtornos de conduta, fibromialgia e tantas outras. Utiliza-se a TCC também para promover evolução em áreas que não apresentam problemas, mas que necessitam de novas estratégias para continuar evoluindo e conquistar a plenitude”, lista Arnaldo.
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Consultoria: Arnaldo Vicente, psicólogo clínico especializado em TCC
