Em oposição a essa ideia de supervalorização do trabalho, o sociólogo italiano Domenico De Masi criou o termo “ócio criativo” em seu livro homônimo, de 2000. Nele, o teórico defende o conceito de equilíbrio entre o tempo de trabalho, lazer e estudo.
Ao contrário da conotação negativa geralmente atribuída ao termo “ócio”, o ócio criativo não é sinônimo de preguiça. “É a capacidade de olhar com novos olhos tudo o que vemos o tempo todo; é estar relaxado, fazendo o que se gosta, em seu momento de lazer; é estar com a cabeça limpa, aberta, ou mesmo não fazendo nada e, do nada, vem aquela ideia genial que você nunca teria no estresse e na loucura diária em que vivemos”, esclarece a jornalista e coach especialista em criatividade Juliana Albanez.
Mas como surgiu a ideia do ócio criativo?
O ócio criativo surgiu da crítica à forma de vida ocidental que idolatra o mercado e a competitividade. O sociólogo italiano Domenico De Masi aponta que a atividade trabalhista representa apenas um sétimo da vida adulta, enquanto o tempo vago é composto por três vezes mais.
A partir dessa ideia, o teórico questiona como nosso tempo de ócio deveria ser melhor aproveitado e como as novas gerações estão sendo estimuladas e preparadas — por seus pais, professores e responsáveis — apenas para o trabalho, que consiste em apenas uma pequena parcela da vida.
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Texto e entrevista: Augusto Biason/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultoria: Juliana Albanez, jornalista e coach especialista em criatividade