O mieloma múltiplo é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, mas seu diagnóstico ainda é complicado. Isso porque a doença não causa sintomas comuns em outros tipos de tumores, como emagrecimento rápido e dores específicas. Na verdade, o mieloma múltiplo se instala de maneira insidiosa no organismo, com sinais quase banais, que podem desviar a investigação do médico para uma ampla gama de distúrbios. Mas, afinal, o que é essa doença?
Desvende o mieloma múltiplo
Devastador para o sistema imunológico, esse câncer atinge a medula óssea, um tecido esponjoso que preenche o centro da maioria dos nossos ossos, afetando a produção dos glóbulos brancos – que fazem a defesa do organismo -, e despejando na corrente sanguínea proteínas defeituosas, que causam disfunções graves, prejudicando, principalmente, rins, coluna e sistema nervoso.
Em alguns casos, o mieloma múltiplo pode estar inativo ou ser de evolução muito lenta – o chamado mieloma indolente ou assintomático –, exigindo apenas monitoramento médico, pois não evolui necessariamente para um mieloma ativo. Há exames e marcadores para diferenciar a forma agressiva da doença. Um é o chamado CRAB, sigla que define: C = elevação de cálcio; R = disfunção renal; A = anemia; B = doença óssea (ou lesões osseolíticas).
Sintomas e diagnóstico
Os primeiros sinais do mieloma múltiplo podem ser dores nas costas, má circulação, fadiga e lesões ósseas. Gradualmente, surgem sintomas mais graves, como desidratação, problemas renais, infecções recorrentes, anemia, hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue), alto nível de proteína no sangue e na urina e perda de imunidade.
O diagnóstico é feito por uma combinação de exames de imagem (radiografias, tomografia, ressonância magnética e outros) e sorologias de sangue e de urina. Biópsia da medula e exames de maior complexidade podem entrar em cena para confirmar as suspeitas e, se for o caso, fornecer detalhes sobre o nível de atividade do mieloma, subtipo e estágio da doença.
Como tratar?
O estágio da doença e a condição geral do paciente vão determinar o tratamento mais indicado, que pode incluir quimioterapia, radioterapia e até transplante e autotransplante de medula, além dos cuidados com os danos secundários decorrentes.
O objetivo é reduzir a degradação óssea e o crescimento tumoral e desviar os efeitos negativos das proteínas anormais sobre o organismo. Ainda não há cura para o mieloma múltiplo, mas com tratamento adequado e cuidados auxiliares tem sido possível aumentar a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes, permitindo que sigam produtivos e plenamente capazes.
Fonte International Myeloma Foundation Latin America (IMF LA)
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