Vertigem, perda da noção de espaço e de equilíbrio, sensação de desmaio, tontura. Estes são sintomas comuns para quem sofre de labirintite, distúrbio que atinge milhares de indivíduos todos os dias pelo mundo. No Brasil, estima-se que três em cada dez pessoas sejam afetadas pelo problema, entre homens e mulheres de todas as faixas-etárias. “As doenças labirínticas podem ter diversas causas, sendo, inclusive, um sinal de outras enfermidades importantes”, afirma a fonoaudióloga Andréa Abrahão, diretora técnica da Direito de Ouvir.
O segredo (e o equilíbrio) está no ouvido
Para entender como a labirintite ocorre, é preciso antes saber como o ouvido está relacionado ao equilíbrio. Isso mesmo, o ouvido! É nele que se encontram a cóclea, também chamada de caracol, e o vestíbulo, que juntos formam o labirinto. A primeira é a estrutura do ouvido responsável pela audição, enquanto o vestíbulo responde pelo equilíbrio. Quando são afetados, sintomas como tontura, desequilíbrio, surdez ou zumbido podem aparecer. Isto ocorre quando eles deixam de funcionar corretamente, pois o cérebro recebe informações erradas em relação à posição do corpo no espaço, provocando a sensação de vertigem, desequilíbrio, desvio de marcha, falta de firmeza nos passos e chiados.
A intensidade de cada sintoma varia entre as pessoas, assim como os “gatilhos” para as crises também são diferentes para cada um. Mesmo assim, o tratamento é o mesmo para todos, e geralmente se divide em três fases. No estágio dos sintomas, por exemplo, é realizada uma avaliação da tontura com o uso de medicamentos sedativos e repouso, quando necessário. O tempo depende da causa da doença e da sensibilidade do paciente.
Na segunda etapa, é investigada a origem dos problemas no labirinto, que pode vir de fatores metabólicos, infecciosos, reumáticos e anatômicos, considerados de risco. Após essa fase do exame clínico do paciente, podem ser necessários exames de audição e equilíbrio, de sangue e radiológicos. “A reabilitação do labirinto é o tratamento fisioterápico da tontura, que pode ser utilizado com ou sem medicamentos. Quando a origem da tontura é de difícil controle, como no caso da aterosclerose no idoso, a reabilitação oferece bons resultados em 80% dos casos”, explica a fonoaudióloga.
Cuidando do labirinto
Manter a distância do tabaco, do álcool e da cafeína em excesso, e muito exercício físico. Esses são os conselhos de Andréa para se prevenir do problema. Sim, é possível passar longe da labirintite, com alguns cuidados básicos. Adotando um estilo de vida saudável, evitando substâncias e hábitos que afetam negativamente na tontura e no zumbido, é uma boa alternativa.
As atividades físicas, por exemplo, melhoram os níveis de colesterol e triglicérides no sangue, além de diminuírem o risco de doenças cardíacas e prevenirem a obesidade, fortalecendo a musculatura. Uma boa pedida é a caminhada. “Cuidar da alimentação também é fundamental, evitando o excesso de sal e açúcar. Também deve-se abusar das frutas, dos legumes e das verduras, e ingerir dois litros de água por dia”, completa a fonoaudióloga.
Texto: João Paulo Fernandes/Colaborador | Consultoria: Andréa Abrahão, fonoaudióloga e diretora técnica da Direito de Ouvir
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