A família deve estar atenta às letras dos filhos em idade escolar, pois ter a letra feia pode ser disgrafia, que é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica que afeta 2 a 3% da população. Segundo a psicopedagoga Luciana Brites, esse problema pode vir sozinho ou acompanhado por outros transtornos de aprendizagem como dislexia, transtorno não verbal, além de outros neuro-comportamentais, como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Como identificar a disgrafia
Uma das caraterísticas da disgrafia é a dificuldade crônica e persistente na habilidade motora e espacial da escrita, levando a uma expressão gráfica inadequada e deficitária. “Outro fator é a dor ou incômodo para escrever, pressão
excessiva no lápis e no papel, troca constante de letra – ora cursiva, ora bastão”, explica. A diferença de letra feia e disgrafia é que a primeira vai melhorando com a idade ou quando se pede para escrever com calma. Já a disgrafia expressa uma escrita sempre ruim e que gera desprazer e incômodo em quem escreve, mesmo em idade prevista
para escrever adequadamente.
Para melhorar
Luciana diz que para ajudar a desenvolver a habilidade do aluno e melhorar o desenvolvimento escolar é importante um bom trabalho corporal em que se percebe as partes do corpo, braços para chegar até as mãos. Outra dica são as atividades de fortalecimento das mãos e dedos, como a massinha, por poder trabalhar com a mão inteira. “É possível amassá-la com alguns dedos, fazer objetos e formas, desenvolvendo habilidades do aluno”. A pintura também é interessante. “Pode-se fazer atividades com guache, utilizando os dedos, pincel e esponja. Essas atividades podem ser feitas com o papel tanto na horizontal, em cima da mesa ou no chão, como na vertical, colando o papel na parede e pedindo para as crianças desenharem”, reforça.
Treine bastante!
Muitas pessoas não sabem, mas o que guia as mãos é o olho. Por isso, “invista em atividades como jogo dos sete erros, ligue os pontos, brincadeiras com bolhas de sabão, bolas onde a criança tem que acompanhar o movimento das coisas e pegar com a mão”, explica.
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