Todo mundo conhece alguém que sofre de asma ou já ouviu falar sobre a doença. Popularmente, é conhecida como “bronquite asmática”, embora o nome correto seja asma brônquica. Trata-se de uma doença respiratória crônica muito comum, que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundoi e mais de 10% da população brasileiraii. Inflamatória e alérgica, a asma leva a um estreitamento das vias aéreas, prejudicando o fluxo de ar que entra e sai dos pulmões e, consequentemente, provocando falta de ar e uma sensação de chiado no peito. Sua origem tem base genética, o que faz com que algumas pessoas tenham uma predisposição para desenvolvê-la e manifestem a doença ao entrarem em contato com elementos que sensibilizam as vias aéreas, o que podemos chamar de “gatilhos” das crises. Saiba o que pode piorar uma crise de asma e como preveni-las!
Quais são elas?
Muitos desses elementos são comuns no dia a dia de todos os brasileiros e podem provocar crises nos pacientes, caracterizadas, principalmente, por tosses secas, sibilos e dificuldade de respirariii. Dados da pesquisa “Panorama da SaúdeRespiratória do Brasileiro”, encomendada pela farmacêutica Boehringer Ingelheim do Brasil ao IBOPE Inteligência, revelam que, embora 91% dos asmáticos considerem a doença como “controlada”iv, 72% percebem consequências da asma em atividades de rotinav. De acordo com o Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, “Enquanto a asma estiver atrapalhando constantemente a rotina do paciente, não podemos afirmar que ela esteja controlada. Um tratamento adequado para a doença tem como objetivo prevenir as crises, mais do que remediá-las. É muito importante que os pacientes conheçam seus principais gatilhos para que possam saber que atitudes tomar para não comprometer sua qualidade de vida”.
Como evitar as crises
As crises provocadas pelo contato com esses elementos podem ter sérios impactos na vida do paciente, por levar ao descontrole da asma e provocar, além dos sintomas dessa doença, insônia, fadiga, diminuição do nível de atividades e falta na escola, no caso das crianças e adolescentes, ou trabalho, no caso de adultos. No entanto, muitos cuidados de rotina podem ajudar a evitar esses gatilhos e manter a asma sob controle. Garantir que o ambiente doméstico esteja arejado e limpo, aspirar o pó do cômodo, passar panos úmidos em estantes e móveis, não fumar, não frequentar áreas com forte concentração depoluentes e evitar contato constante com cachorros e gatos são algumas das medidas que contribuem para um tratamento desucesso. Apesar destes cuidados, evitar a exposição aos alérgenos não é suficiente para garantir que a doença esteja sob controle. Existem medidas que ajudam a identificar uma asma não controlada. De acordo com a GINA (Global Initiative for Asthma)x, é preciso procurar um especialista quando o paciente apresentar algum dos itens abaixo nas últimas quatro semanas:
- Sintomas diurnos mais de duas vezes/semana
- Despertares noturnos devido à asma
- Uso de medicamento de resgate mais de duas vezes/semana
- Qualquer limitação de atividade devido à asma
Em relação ao bem-estar de pacientes, o Dr. Mauro Gomes afirma que “o tratamento da asma deve ser diário e não pode se nortear apenas pelas crises. Medicamentos anti-inflamatórios e broncodilatadores de longa duração fazem com que as vias aéreas voltem ao seu diâmetro normal e contribuem para o alívio do cansaço ou da falta de ar, além de prevenirem as crises. Isso poupa os pacientes e cuidadores de preocupações constantes e garante uma boa saúde e com qualidade de vida em todas as atividades de rotina”.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia
Referências:
[i]Guedes, Maria Vilaní Cavalcante, et al. “Conhecimentos das mães sobre prevenção e controle de crise asmática dos filhos.” Northeast Network Nursing Journal 6.2 (2016).
[ii]Machado, Carolina de Souza. “Asma no Brasil e na Bahia: estudos sobre morbidade e mortalidade.” (2017).
[iii]Solé, Dirceu, et al. “Asthma in children and adolescents in Brazil: contribution of the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC).” Revista Paulista de Pediatria 32.1 (2014): 114-125.
[iv] de Freitas Souza, Leda Solano. “Crise de Asma.” MÓDULO VIDA: 63.
[v]Pesquisa “Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015, “Q7. Você acha que sua doença respiratória, hoje, está: [ ] Bem Controlada, [ ] Relativamente Controlada, [ ] Relativamente Não Controlada e [ ] Totalmente não controlada”.
[vi]Pesquisa “Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015,”Q15. Você acha a asma uma doença: [ ] Leve, não prejudica a rotina, [ ] Leve, mas requer cuidados, [ ] Grave, mas não é fatal, [ ] Grave e fatal”
[vii]GLOBAL INITIATIVE FOR ASTHMA. Pocket guide for asthma management and prevention (for adults and children older than 5 years). 2011. Disponível em: . Acesso em: 05 dejun. 2017
[viii]Jentzsch, Nulma S., Paulo AM Camargos, and Elza M. Melo. “Adesão às medidas de controle ambiental na asma.” Rev bras alergia imunopatol 25.6 (2002): 192-199.
[ix]Guarnieri, Michael, and John R. Balmes. “Outdoor air pollution and asthma.” The Lancet 383.9928 (2014): 1581-1592.
[x]Global Initiative for Asthma. 2016 GINA Report, Global Strategy for Asthma Management and Prevention [Internet] 2016. [Acesso em 05/Junho/2017] Disponível em: http://ginasthma.org/2016-gina-report-global-strategy-for-asthma-management-and-prevention/
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