Quem tem um pouquinho de juízo sabe que a criação de filhos não é missão simples. Mais do que prover bens materiais, ajudar um ser humano a se descobrir com dignidade consiste no maior desafio de cada mãe e pai. As complexidades sociais podem dificultar essa tarefa para pais de meninos. Mas, se você está criando meninos, uma especialista pode ajudá-la a lidar melhor com os homens da sua casa para que se tornem adultos de respeito.
Machista não!
“Na verdade, o machismo é um problema social com raízes pré-históricas na qual a divisão de tarefas era baseada no fato de que as fêmeas protegiam a cria enquanto os machos providenciavam o alimento. Quando o ser humano deixou de ser só coletor e caçador, esse conceito de força deveria ter se extinguido, mas o costume enraizado permaneceu e a sociedade foi criando justificativas para sua existência”, explica a psicóloga Solange Ramounoulou. Mudar essa condição depende de atitudes simples, sendo a primeira delas admitir que homens e mulheres têm pouquíssimas diferenças neurológicas e sensoriais e que força, habilidade, inteligência e sensibilidade estão presentes em todos, independentemente do sexo.
Criando meninos: na prática
Geralmente, as mães passam mais tempo com os filhos e, por isso, acabam exercendo papel determinante na criação. Assim, deve evitar que a criança alimente a figura de um pai capaz de quase tudo. “A mensagem deve dar a ideia de pai e mãe como força conjunta e complementar. Embora, naturalmente, o menino se identifique com seu representante masculino, a mãe não deve tentar compensar isso se mostrando mais amorosa, frágil e sensível para ser objeto de maior afeto”, orienta.
Poucas diferenças
Azul e rosa: distinguir meninos e meninas pela cor e tipo de roupa que vestem é mais do que ultrapassado. O que importa é que ela seja macia e confortável.
Emoções saudáveis: deve-se mostrar à criança que quando se está triste, chora-se; se frustrada, deve procurar solução com argumentos reais, e que, para cada situação emocional, existe um ou mais comportamentos adequados. E isso tem tudo a ver com o exemplo aprendido com os pais, que devem ensinar baseados na prática coerente ao discurso.
Sexualidade: “Homens e mulheres têm a mesma intensidade de desejos e ambos possuem a capacidade de controlá-los. Isso não é incontrolável para o homem, assim como mulheres não vivem sem”, destaca Solange.
5 princípios na criação deles
1 – Ensine a importância do respeito e atenção às necessidades do outro.
2 – Evite usar palavras depreciativas para designar pessoas ou grupos sociais.
3 – Explique que pessoas sentem e veem a vida de formas diferentes, mas isso não tem a ver com o gênero feminino ou masculino.
4 – Em família, desmistifique o poder do mais forte nos quesitos físicos, emocionais ou financeiros.
5 – Ensine aos seus filhos o respeito a si mesmos e às particularidades de cada um.
Texto: Redação Alto Astral
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