A reconciliação após uma traição é algo que divide opiniões: de um lado, muitas mulheres acreditam ser impossível voltar a confiar numa situação assim. Do outro, aquelas que creem que o amor pode superar tudo. Se você ou uma amiga querida está passando por algo parecido, vale a pena sentar no divã com a psicóloga Solange Quintanilha e analisar se existe a possibilidade de um recomeço.
Coração aberto
• Para começo de conversa, é necessário ter em mente que ninguém é igual a ninguém. Dar uma segunda chance é um processo demorado e, além de todas as dores que a traição traz, dar ouvidos a julgamentos mais atrapalha do que ajuda.
• O momento pede introspecção: é necessário analisar e enxergar cada aspecto da relação antes de decidir, como explica a especialista.
• “É preciso avaliar como era esse relacionamento, o que tinha de bom e de ruim. Outro ponto importante é saber se quem foi traído está vendo sinceridade e arrependimento no outro, e se este está realmente disposto a lutar para salvar o seu amor”, orienta.
Perdoar não é esquecer
• A frase acima não significa que você deve ficar remoendo a traição para sempre, mas sim que deve aceitar o fato de que uma infidelidade não é apagada de uma hora para outra.
• “Não é nada fácil apagar a mágoa, a tristeza, a raiva de quem foi traído. As reações das pessoas são diversas: ficam deprimidas, descrentes, desiludidas, desconfiadas, inseguras ou amargas”, comenta Solange.
• O conselho é que você se permita viver esses sentimentos tão diferentes: não adianta fingir que nada aconteceu.
Recuperando a autoestima após a traição
• “Após o momento inicial de raiva, tristeza e culpabilização do outro, a pessoa tende a se sentir ‘um lixo’, ao achar que não é capaz de manter uma relação e até se atribui a responsabilidade por conta dessa desvalia, dessa auto-desvalorização”, é o que afirma a psicóloga.
• Antes de dar uma nova chance ao amor, é preciso que volte a amar a pessoa mais importante do mundo: você! Proporcione a si bons momentos para voltar a se gostar.
• Não tenha preconceito com a psicoterapia. Quando o amor-próprio acaba, a ajuda profissional é bem-vinda.
No seu tempo
• Não se deixe influenciar por cobranças de amigos e familiares, pois só você é capaz de perceber o momento certo para reatar a relação ou deixar tudo para trás, definitivamente.
• “Com certeza é preciso um tempo para esfriar a cabeça, pensar nos prós e contras, conviver com o processo de luto e sofrimento, ter tempo para olhar para dentro de si com o intuito de buscar uma clareza interior”, diz.
• Aliás, os motivos que podem levá-la a perdoar são diversos, desde o medo de ficar sozinha até a falta de condições financeiras para seguir adiante.
• Muitas mulheres perdoam para manter uma imagem e a família unida, mas nenhum fator deve ser colocado sob julgamento: escolha o que trará a felicidade novamente.
Em nome da família?
• Além de todos os questionamentos que surgem depois de uma traição, os filhos acabam tornando a escolha ainda mais difícil.
• A regra continua: avalie muito, mas muito bem, para não se arrepender depois. Se chegarem à conclusão de que a convivência será harmoniosa, vale a pena seguir em frente.
• Entretanto, de que adianta manter uma família tradicional, em que pai e mãe vivem juntos, se as brigas são intermináveis?
• “Se for para ficarem todos juntos, mas num clima horrível em que o casal mal se suporta, ou cheio de alfinetadas por qualquer coisa, o final de tudo pode ser bastante prejudicial. Um lar com brigas ou desamor é muito maléfico e faz mais mal do que a separação”, finaliza.
Texto: Redação Alto Astral
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