A arterosclerose é um dos maiores problemas para o coração e o sistema circulatório. Ocorre quando placas de gordura se acumulam nas artérias, atrapalhando a passagem do sangue, podendo causar males como infarto ou derrame. Falando assim, o consumo de azeite, composto de gordura vegetal extraída da azeitona, seria, à primeira vista, um inimigo para a saúde.
Diferentes gorduras
Mas não é o que acontece, e por dois motivos. Primeiro: nem todo tipo de gordura é necessariamente ruim para o organismo — a gordura, aliás, tem importantes funções, como formar uma camada protetora no corpo contra o frio, transportar nutrientes e ser uma ótima fonte de energia. Segundo: 77% da composição do azeite é da gordura classificada como monoinsaturada, que, na verdade, é boa para o coração, pois captura o excesso de colesterol ruim presente no sangue. Para se ter uma ideia, o óleo de soja é 24% composto por gordura monoinsaturada. Quando consumido sem exageros (pois é também bastante calórico), o azeite promove um ajuste natural dos níveis de colesterol do sangue, equilibrando o bom e o mau colesterol.
“O fato de reduzirmos as gorduras saturadas, como as que se originam das carnes vermelhas, banha de porco ou manteiga, por si só já ajuda a reduzir o peso corporal, bem como a pressão arterial. No entanto, existem evidências científicas de que tal redução da ingestão de gordura saturada, junto do uso do azeite extravirgem, leva a uma redução ainda maior da pressão arterial, graças ao aumento do óxido nítrico, causado pela ação dos polifenóis que existem no óleo”, afirma a nutricionista Jacqueline Fernandes. “O óxido nítrico ajuda a relaxar os vasos sanguíneos contraídos e facilita o fluxo sanguíneo. Além disso, torna as plaquetas (pequenas partículas do sangue envolvidas na coagulação) menos viscosas e com menor probabilidade de formar coágulos na corrente sanguínea”, completa.
Mais resistência
É comum comparar o coração com o motor de um carro, que precisa estar trabalhando sem parar para que todos os outros componentes do veículo funcionem. Sendo assim, é natural que haja um desgaste das suas peças com o passar do tempo, principalmente quando este mesmo motor foi usado em exagero por muito tempo.
As propriedades antioxidantes (que combatem o envelhecimento precoce) do azeite são bastante conhecidas, do sistema imunológico ao cérebro, passando pelo bem que faz para a pele. Felizmente, o coração, que bate do primeiro ao último instante da nossa vida, também se beneficia desse fôlego extra.
“O azeite tem imensas potencialidades, pela sua riqueza em ácido oleico (cerca de 55% a 83%), sendo definido como um ômega 9 monoinsaturado. É também rico em antioxidantes naturais. O aumento do consumo mundial de azeite deve-se em parte às informações sobre os benefícios da dieta mediterrânea. Essa população mantém hábitos alimentares baseados em peixes, legumes, verduras, pães, cereais, fibras e, em média, duas taças (200ml) de vinho tinto diariamente. Todos os alimentos são cozidos e preparados com azeite. E eles apresentam baixos níveis de mortalidade por doenças cardiovasculares”, atesta Jacqueline.
Detalhe importante
Na hora de escolher seu azeite, a nutricionista Jacqueline Fernandes faz um importante alerta: “Os azeites refinados não apresentam o mesmo efeito protetor quando comparados com os extravirgens (extração a frio). Tal efeito deve-se à presença elevada de alfa tocoferol (potente antioxidante) e compostos fenólicos no óleo extravirgem”.
Consultoria: Jacqueline Fernandes, nutricionista
Texto: Marcelo Ricciardi/Colaborador
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