Alagoano de Quebrângulo (1892 – 1953), Graciliano Ramos foi um dos nomes mais marcantes da literatura brasileira por apresentar em suas obras a realidade da vida no sertão nordestino com maestria.
O autor teve diversas profissões no decorrer de sua vida, sendo romancista, cronista, jornalista e até mesmo político. Graciliano era o mais velho dentre 16 irmãos de uma família de classe média, todos vindos do sertão nordestino. Durante seus anos de juventude, migrou diversas vezes de cidades do nordeste brasileiro. Quando terminou o segundo grau, dessa vez quando vivia em Maceió, partiu para o Rio de Janeiro, onde passou um período atuando como jornalista. Após a morte de seu irmão, retornou para o Nordeste, sendo em 1927 eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios (AL). É nesse período que a história de Graciliano como escritor começa.
Grande autor por acaso?
Quando atuava como prefeito de Palmeira dos Índios, Graciliano enviou um relatório para o governador de Alagoas, prestando contas sobre o município que ele governava. Os escritos, pela sua qualidade e destreza textual, chegaram nas mãos de Augusto Frederico Schmidt, dono da Livraria Schmidt Editora. Gostando da forma que Ramos escreve, Schmidt procura o autor para saber se ele possui outros textos que possam ser publicados.
Após renunciar à prefeitura de Palmeira dos Índios, Graciliano é convencido a publicar um de seus romances por Augusto Schmidt, chamado de Caetés.
É a partir deste livro que Graciliano Ramos passa a se dedicar mais profundamente a literatura, publicando em seguida romances como S. Bernardo (1934), Angústia (1936) até lançar a grande obra de sua carreira: Vida Secas (1938).
Importância de Graciliano Ramos
Graciliano pertenceu a segunda etapa do modernismo brasileiro, conhecido como Regionalismo. Esse movimentou contou com outros grandes autores como Jorge Amado, Raquel de Queiroz e José Lins do Rego. Essa fase da literatura nacional era marcada pelo enfoque nos problemas regionais vistos pelos autores. No caso de Graciliano, por ter vivido de modo contínuo os problemas do nordeste do país, retratou de modo claro e preciso questões como a seca e as precariedades apresentadas no nordeste nacional.
Estilo de escrita
Como atuou muitos anos como jornalista, a literatura de Graciliano Ramos é feita de um modo claro e preciso em suas frases. O autor busca evitar termos demasiado técnicos para facilitar seu entendimento. Além disso, procura também usar termos reginais que são falados pela população sobre quem conta.
Grande adepto do socialismo, inclusive filiado aos antigos Partidos Comunistas Nacionais (e graças a seu ativismo político, foi inclusive preso durante a ditadura Vargas), Graciliano, em seus textos, faz presente as críticas sociais. Demonstrar casos como a exploração humana, a precariedade social, além do retrato extremo da seca, são alguns dos itens marcantes que a literatura pessimista do autor apresenta.
Grandes Obras
- Caetés (1933)
- S. Bernardo (1934)
- Angústia (1936)
- Vidas Secas (1938)
- Infância (1945)
- Insônia (1947)
- Memórias do Cárcere (1953)
- Viagem (1954)
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Texto e edição: Leonardo Guerino