Como o Google está mudando nosso cérebro?

Devido à facilidade em encontrar informações, o Google está alterando a forma que o cérebro retém memórias. Saiba como ele é afetado pelo mecanismo de busca

- FOTO: iStock.com / dolphfyn

De acordo com um estudo – publicado pela revista Science e realizado por estudiosos das universidades de Columbia, Wisconsin e Harvard –, pesquisar dúvidas no Google altera o desempenho da memória em nosso cérebro. Ele diz que as pessoas estão cada vez mais dependentes dessas informações armazenadas online. É como se o Google fosse usado como uma memória externa auxiliar.

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A autora da pesquisa, Betsy Sparrow, teve a ideia quando não conseguiu lembrar-se do nome de uma atriz e imediatamente procurou a informação online. Então, através de um questionário com estudantes da universidade de Harvard, chegou à conclusão que a maioria deles considera o computador como fonte primária para buscar informações que não conseguem recordar. A pesquisadora também observou que as pessoas se esforçam mais para lembrar os dados que sabem que não encontrarão disponíveis posteriormente na internet.

Essa facilidade em encontrar informações através do site de buscas teria mudado a maneira como o cérebro funciona quando há uma dúvida. Assim, substitui a memória de fatos específicos pela que sabe onde as informações podem ser acessadas com mais facilidade – que, na maioria das vezes, se encontra em algum site da internet.

“É como se falássemos para o nosso cérebro que ele não precisa armazenar a informação porque você vai achá-la facilmente no mesmo lugar”, diz a psicóloga Amanda K. Spinicci Paiva. É através desse processo que a memória ficou prejudicada, sendo que o cérebro não sente mais a necessidade de armazenar uma informação já que é possível encontrá-la novamente. “Na verdade, a rede de computadores acabou virando uma extensão digital do sistema nervoso com duas possibilidades a mais que competem e vencem nosso cérebro: armazenamento teoricamente infinito e resgate fácil destas informações”, complementa o neurologista André C. Felício.

Tudo isso não significa que as pessoas estão ficando ‘menos inteligentes’, e sim estão se adequando a um novo contexto, e se tornando mais eficientes nele. “Acredito que isso facilita a aquisição de informações livres e de fácil acesso. Imagine nos dias de hoje, com a distância e o trânsito, o que muita gente deixaria de saber por não conseguir ir atrás?”, comenta a psicóloga.

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Consultorias: André C. Felício, neurologista; Amanda K. Spinicci Paiva, psicóloga.

Texto e entrevistas: Isabelle Hoffmann/Colaboradora – Edição: Augusto Biason/Colaborador

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