De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), para cada três mulheres que sofrem com enxaqueca, existe apenas um homem com o mesmo distúrbio. “No caso do sexo feminino um grande percentual das dores de enxaqueca tem relação com a ciclicidade hormonal feminina”, destaca a ginecologista Marair Gracio Ferreira Sartori.
Enxaqueca menstrual
As cólicas são praticamente inevitáveis no período menstrual, no entanto, muitas mulheres também sofrem com outros desconfortos, entre eles, a enxaqueca. Mas afinal, por que isso acontece? A ginecologista responde: “As dores nesse período estão diretamente associadas às taxas de hormônios na mulher. A queda brusca do estrógeno, responsável por controlar os níveis cerebrais de serotonina – hormônio do bem-estar –, provoca a redução desta que, por sua vez, causa o aumento da chamada substância P, gerando a vasodilatação – e é justamente essa vasodilatação a causa da enxaqueca”.
O período menstrual não é o único motivador da dor, já que o problema tem origem genética. No entanto, a menstruação pode ser um precipitador das crises de enxaqueca nas mulheres que já são predispostas a tê-las.
Durante a gestação
Existem algumas mulheres que relatam ao médico a melhora nas enxaquecas durante a gravidez, entretanto, o fato depende de cada organismo, não sendo unanimidade entre as futuras mamães. “A maioria das mulheres realmente diminui ou para de ter suas crises de enxaqueca, principalmente após o segundo trimestre da gestação, mas algumas não percebem mudanças, e existem mulheres que pioram durante a gestação. Porém, após o parto e principalmente com a suspensão da amamentação, as crises tendem a retornar”, revela a neurologista Thais Rodrigues Villa.
Cuidados necessários
Algumas medidas podem ser tomadas para evitar as crises de enxaqueca no período menstrual, como fugir de certos alimentos: chocolate, embutidos (salame, presunto) e industrializados (refrigerantes, bolachas recheadas). Outro passo importante é procurar um neurologista, já que ele é a pessoa mais apta para indicar um tratamento medicamentoso ou não. Geralmente, na hora das crises é comum recorrer a remédios como analgésicos ou anti-inflamatórios, no entanto, é importante ressaltar que a medicação só deve ser empregada com a prescrição deste especialista.
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Texto: Juliana Mesquita/Colaboradora
Edição: Augusto Biason/Colaborador