Sua dieta está ligada a como sua mente funciona que 40% de tudo o que se consome é apenas para manter o bom desempenho do cérebro. E, enquanto entre nossos ancestrais a preocupação era apenas conseguir comida suficiente para sobreviver, hoje as inúmeras opções nas prateleiras dos supermercados é que constituem um dilema. Quais nutrientes favorecem a longevidade do cérebro e quais a prejudicam?
“Por meio da alimentação é possível otimizar a função cerebral, mantendo um equilíbrio entre a química e a comunicação dos neurotransmissores”, afirma a nutricionista Larissa Ribeiro. Assim, um dos nutrientes que age diretamente nos neurônios é o ômega-3. Componente estrutural da matéria cinzenta do cérebro, ele ajuda a construir as bainhas de mielina ao redor das fibras nervosas e facilita a transmissão química. “O ômega-3 auxilia na concentração, memória, habilidades motoras e velocidade de reação”, explica a nutricionista Paula Castilho.
A importância desta substância é tão grande que a dieta mediterrânea, riquíssima em ômega-3, ganhou o nome de dieta da longevidade. Ela é farta em antioxidantes, carotenóides, gorduras saudáveis, aminoácidos e polifenóis, encontrados em alimentos como peixes, legumes, grãos integrais, nozes e azeite. “Os europeus que vivem na região do Mediterrâneo estão entre os povos que têm menos câncer e doenças do coração”, completa Paula.
Inteligência e obesidade
Pesquisas confirmam que o cérebro de indivíduos obesos ou acima do peso apresentam duas alterações importantes: níveis mais altos de fibrinogênio, proteína que causa inflamação, e menor córtex orbitofrontal, região cerebral que coordena as tomadas de decisões. “Os cientistas não sabem explicar exatamente como esse processo se desenrola, mas apostam que, com o excesso de fibrinogênio, o córtex cerebral é prejudicado”, explica Castilho.
Ribeiro ainda cita que o acúmulo de gordura saturada no organismo pode provocar um estresse metabólico nas células, desequilibrando não só as funções cerebrais, mas o metabolismo como um todo. “Uma pesquisa recém-publicada nos EUA comprova que a obesidade também afeta a capacidade de memorização. No entanto, a perda de peso pode reverter o processo”, diz a nutricionista.
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Consultoria: Larissa Rodrigues Ribeiro, nutricionista; Paula Castilho, nutricionista
Texto e entrevista: Carolina Vieira/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador