Muitos pais se sentem inseguros em lidar com problemas comuns relacionados aos filhos e acreditam que só acontece com eles. Para ajudar as famílias a lidarem de uma maneira mais prática com as adversidades, Denise Dias, terapeuta infantil e colunista de Malu, lançou o livro Filhos Perdidos, pela editora Matrix. “O livro traz toda a minha bagagem terapêutica desses 10 anos de clínica que completo agora em 2015, juntamente com o que vemos todos os dias ocorrendo na nossa sociedade e mundo afora”, contou.
Temas abordados
No livro, há capítulos que abordam a dificuldade de colocar uma rotina de sono, a alimentação correta para os pequenos, a importância dos pais acompanharem o desenvolvimento escolar, o uso abusivo da tecnologia atualmente, entre outros assuntos que envolvem dramas cotidianos.
“Os pais de hoje não têm tempo. E muitos nem colocam seus filhos como prioridade. Estão tão imersos na própria carreira, focados em apenas acumular bens e títulos de estudo, que estão delegando o ‘criar filho’ para outros: a escola em tempo integral, a babá, a terapeuta, os avós, etc. O problema é que assim, eles criam uma lacuna em seus filhos e nada substitui um pai e uma mãe presentes”, comenta Denise.
“As famílias estão de cabeça para baixo. Ou do avesso. Mas dificilmente estão bem estruturadas. E para piorar, recebemos estímulos sociais, consumistas, televisivos que passam uma mensagem errônea sobre estrutura familiar”, adverte a especialista.
Ajuda aos pais
Os pais podem contar com dicas da terapeuta, que se baseou em tratamentos desses problemas em alguns casos atendidos em consultório. “O meu modo de falar e de escrever é bem didático, gosto quando o leitor compreende a mensagem com simplicidade e consegue aplicar na prática as dicas sugeridas em meus textos. E acredito que as dicas que dou são plenamente possíveis de serem aplicadas, nada de bicho de sete cabeças. Mas é preciso que os pais sejam capazes internamente de enxergar os erros, as falhas, que admitam suas fraquezas e imperfeições, pois só assim serão capazes de melhorar”, aconselha.
De quem é a culpa?
Denise explica que é impossível atribuir a culpa dos problemas a apenas uma pessoa, entretanto, reafirma a importância dos pais acompanharem o desenvolvimento dos filhos e estarem presentes nas dificuldades que aparecem no meio do caminho.
“Costumo dizer que se não quer ser pai e mãe de verdade, então não tenha um filho. Se não quer perder noites e mais noites, diversos fins de semana passando valores ao seu filho, então não o tenha. Se não quer levá-lo a um parque, ao cinema ou correr na grama com ele de vez em quando, então não o tenha”, ressalta.
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