Sabia que o excesso de peso acomete cerca de 30% das crianças americanas (porcentagem equivalente à da obesidade infantil no Brasil)? Muitos fatores foram listados durante vários anos como causas desse grande problema: genética, suplementos excessivos receitados pelo pediatra e o mau exemplo que alguns pais mostram à mesa. Entretanto, esse último vem ganhando mais atenção dos estudos, que apontam que o que realmente influi na alimentação das crianças são os pais. “A obesidade entre crianças e adolescentes é tão evidente que esta geração poderá ser a primeira na história americana a ter vida mais curta que a de seus pais”, diz David Ludwig, diretor do programa de obesidade no Children’s Hospital Boston.
Palavra da especialista
Segundo a endocrinologista Ana Elisa Alcântara, planejar bem as refeições, pais obesos e até mesmo a escassez do aleitamento materno podem ser riscos altos no que se refere ao aumento da taxa de obesidade nas crianças. “A falta do planejamento alimentar (não aprendemos isso nas escolas nem em casa), escolhendo o que comer pelo o que parece ser mais fácil e que está à mão. Fatores de risco para obesidade infantil entram ainda obesidade dos pais, peso da criança ao nascer (criança que nasce pequena para idade gestacional é um preditor de risco de obesidade) e a falta do aleitamento materno”, esclarece.
Mas não é só isso: é ressaltado ainda que uma criança obesa tem risco maior de se tornar um adulto obeso, que, por sua vez, pode gerar filhos com maior risco de obesidade. Isso tudo acaba virando um grande ciclo vicioso, que resulta em um risco maior de doenças cardiovasculares na sociedade – podendo, inclusive, diminuir a expectativa de vida da população.
Estudo complementar
Publicado no site do CDC (Central for Disease Control and Prevention), o estudo a seguir é um relatório sobre características de IMC (Índice de Massa Corporal) das mulheres antes de engravidarem, que tiveram seus bebês incluídos nos dados de Certificados de Nascimentos de 2014 (96% de todos os partos).
Os dados mostram que cerca de 50% das mulheres apresentavam sobrepeso ou obesidade antes de engravidarem. Essa situação é a mais grave de todos os tempos entre as relatadas nos Estados Unidos e esse é um dos fatores que contribuem para a epidemia de obesidade no país. “Entre as principais consequências diretas desse fato estão maiores chances de diabetes gestacional e hipertensão arterial, que podem aumentar as chances de parto cesariana. Este, por sua vez, pode trazer mais complicações posteriores para as mães e para os bebês”, observa o pediatra e homeopata Moises Chencinski.
Consultoria: Moises Chencinski, pediatra e homeopata; Ana Elisa Alcântara, endocrinologista
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