Você já teve dificuldade para entender o que seu professor disse na sala de aula? Ou encarou várias horas estudando algum conteúdo importante e, mesmo assim, não conseguiu compreender a matéria? Esse cenário, por mais assustador que seja, é habitual na aprendizagem de inúmeros estudantes.
Engana-se quem pensa que esses obstáculos na aprendizagem sejam algo raro. De acordo com um estudo aplicado pelo programa de pós-graduação em psicologia da Universidade de São Paulo (USP), 70% dos alunos brasileiros concluem o ensino fundamental sem terem adquirido os conhecimentos mínimos desejados para essa etapa da educação básica.
Além disso, outro dado alarmante: ao concluírem o 9º ano do fundamental, os estudantes possuem, em média, menos da metade do repertório necessário para o ensino médio. Segundo a pesquisa, esse déficit na aprendizagem se deve a diversos fatores. Entre eles, as dificuldades naturais dos alunos e a falta de estrutura das instituições de ensino, ressaltando o pouco preparo por parte de professores para contornar essa defasagem no aprendizado, são apontados como os principais reveses.
Mas nem tudo é motivo para se desesperar: a ciência pode ter uma ferramenta preciosa quando o assunto é facilitar o processo do estudo — a neuroaprendizagem.
Incentivando a aprendizagem
Ainda que a definição de neuroaprendizagem não seja um consenso entre os estudiosos, segundo o neurolinguista Victor Patrick, essa abordagem pode ser descrita como a ciência do “aprender a aprender com mais eficácia” ou “a arte de aprender de forma inteligente e saudável”.
A técnica se caracteriza pela promoção do autoconhecimento, buscando, assim, a potencialização do aprendizado. “O método nos proporciona o conhecimento de nossos recursos mentais, e de como melhor usá-los no desenvolvimento das inteligências racional e emocional que, em equilíbrio, ajudam nosso conhecimento”, explica Victor.
Você pode nunca ter ouvido falar dessa técnica — no Brasil, o conceito é relativamente novo. Porém o recurso já é utilizado há milênios: no Egito Antigo, a neuroaprendizagem era utilizada como prática pedagógica, e alguns países asiáticos usam boa parte do método há milhares de ano, aprimorando seu desenvolvimento.
Saiba mais
Aprendizado: por que é importante incentivar desde sempre?
Aprenda com os gênios: Albert Einstein
Texto: Augusto Biason/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevista: Victor Santos – Consultoria: Victor Patrick S. Teixeira, neurolinguista e especialista em neuroaprendizagem