A pele é o maior órgão do corpo humano e, como qualquer outra parte do organismo, está sujeita ao aparecimento de doenças. Por mais que se tenha cuidados com a saúde, há enfermidades que surgem sem um motivo aparente. É o caso do vitiligo. “A causa desse problema ainda é desconhecida e é mais provável que seja autoimune”, afirma a dermatologista Érica Monteiro.
Afinal, o que é vitiligo?
O vitiligo caracteriza-se pela despigmentação da pele, pois há uma perda de melanócitos, que são as células que produzem a melanina, substância que dá cor à pele. “O problema primário é a pigmentação, por isso não se observa alterações no relevo, nem na textura, a não ser que o paciente sofra alguma lesão no local”, explica a especialista.
Com a falta de pigmentos, surgem manchas brancas nítidas na pele. Não há uma região específica para o aparecimento, mas há uma propensão por orifícios, como a região dos olhos, nariz, boca, umbigo e genitália, além de extremidades, como as mãos e os pés. As lesões podem ser isoladas ou espalhadas pelo corpo. A doença não é contagiosa, não traz nenhum mal à saúde e pode surgir em qualquer idade, independentemente do sexo. Estima-se que até 2% da população mundial tenha a doença.
As lesões são mais perceptíveis em indivíduos de pele escura e podem ser inaparentes na pele clara, ou até que ocorra bronzeamento na pele normal circundante. Isso porque a pele normal bronzeia e a doente não, acentuando o contraste da área. Dependendo da região onde as manchas aparecem e do tom de pele da pessoa, surge o desconforto, por razões estéticas. A despigmentação total, isso é, de toda a pele do corpo, pode acontecer pela própria evolução da doença. Porém, não é comum.
Diagnóstico
O laudo médico só é possível por meio de exame clínico. De acordo com Érica, quando há dúvida, é feita uma biópsia do local da mancha. Sob anestesia local, retira-se um fragmento de pele e, ao ser examinado em microscópio, verifica-se a ausência ou não dos melanócitos.
Procure um médico se notar o aparecimento de alguma mancha branca na pele. Somente um especialista pode fazer o diagnóstico da doença.
Tratamento
Segundo a dermatologista, o tratamento costuma ser difícil, pois as lesões podem ser resistentes, e o sucesso depende de cada caso. A fototerapia é o tratamento mais utilizado. Consiste na exposição do paciente ao sol após usar substâncias fotossensibilizantes que estimulam a pigmentação pelos melanócitos que ainda existem. O uso de corticoide, um imunomodulador, é bastante comum para tratar a doença.
Quando as lesões são pequenas, pomadas à base de corticoide e outros imunomoduladores podem dar bons resultados. Os medicamentos tópicos são imunossupressores, que fazem com que as células do sistema imunológico não “ataquem” os melanócitos. Já nos casos em que as manchas se alastram rapidamente, é necessário o uso de corticoides via oral.
“Novas terapias têm sido propostas como o uso de técnicas de enxerto, que é trazer melanócitos de áreas pigmentadas saudáveis para a área doente do próprio paciente, associadas aos tratamentos já consolidados”, destaca a especialista.
Texto: Amanda Dias/Colaboradora
Consultoria: Érica Monteiro,dermatologista
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