Apesar dos já conhecidos benefícios para o humor e para o corpo, é possível que surja um vício associado ao chocolate. E isso tem íntima ligação com um certo neurotransmissor, a serotonina, que influencia no estado de ânimo, e na sensação de bem-estar e humor das pessoas.
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Possíveis causas do vício em chocolate
Segundo a nutricionista Carolina Portezan, “o vício pode ser um fator relacionado à carência de serotonina. Como o chocolate possui alto teor de tirosina, que auxilia na produção do neurotransmissor, acaba amenizando a ausência no cérebro e causando a sensação de relaxamento e prazer”. Assim, o indivíduo se torna dependente do alimento, consumindo-o quase todos os dias. Ou seja, uma espécie de vício.
Muito se fala também sobre a presença de compostos químicos psicoativos no chocolate. No entanto, de acordo com a especialista em tecnologia de alimentos Poliana Fernandes de Almeida, até o momento, não está comprovado que a paixão pelo doce está relacionada com constituintes farmacológicos do cacau e do alimento. “O desejo pode estar envolvido com as propriedades sensoriais do chocolate como o sabor, aroma e textura (derretimento na boca), que provocam uma experiência prazerosa no consumo”, esclarece.
Todo cuidado é pouco!
Para evitar o aparecimento da dependência, o ideal é não cair de cabeça em uma panela de brigadeiro ou comer uma barra inteira de chocolate de uma só vez e, sim, consumir o doce moderadamente. Segundo Carolina, o consumo diário não deve ultrapassar 50g (cerca de dois quadradinhos de uma barra), porque, acima disso, pode levar ao aumento de peso.
Além disso, todo cuidado é pouco na hora de escolher o tipo de chocolate que irá consumir. “Associado à gordura e ao açúcar, o cacau sofre um aumento no seu teor calórico, o que impacta na taxa de glicose sanguínea e favorece problemas como a hipercolesterolêmica (taxas altas de colesterol), diarreia e enxaqueca”, alerta a nutricionista. Com o exagero, também existe a possibilidade de aumentar os níveis de colesterol ruim.
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Texto: Érica Aguiar – Edição: Victor Santos
Consultorias: Carolina Portezan, nutricionista da Apetit Serviços de Alimentação; Poliana Fernandes de Almeida, mestre em engenharia de produção, doutoranda em tecnologia bioquímico-farmacêutica pela Universidade de São Paulo (USP) na área de tecnologia de alimentos e professora no Instituto Federal de Educação de Mato Grosso (IFMT).
Fonte: O potencial de mercado para o chocolate, da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados.
