Ele faz bem ao coração, previne doenças cerebrais, combate a obesidade, afasta o risco de depressão… Benefícios não faltam para descrever o ômega-3. Encontrado em alimentos como nozes e peixes de água fria, esse ácido graxo essencial deve ter presença garantida no dia a dia, justamente por ser capaz de proteger a saúde. Em alguns casos, as pessoas ainda optam por acrescentar os suplementos dessa substância à rotina. Mas será que essa atitude é saudável?
Precaução
Antes de reformular seus hábitos, é preciso ter em mente que os suplementos de ômega-3 devem ser consumidos somente com orientação nutricional. “É essencial ficar atento à fraude de cápsulas, pois, atualmente, muitas delas não contém o ômega-3. Sua pureza e concentração variam em cada produto”, alerta a nutricionista Jaqueline Araujo dos Santos Bertoli.
A família do ácido graxo ômega-3, representada pelos ácidos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), necessita ser ingerida em quantidade ideal diariamente, equivalente a até 4g por dia. “A concentração de DHA e EPA em uma cápsula de ômega-3 fará a diferença no momento da adesão do indivíduo ao tratamento, pois este consumirá menos cápsulas para alcançar o nível máximo de recomendação”, explica a profissional.
Garantia de qualidade do Ômega-3
O nível de contaminação por metais pesados como mercúrio, chumbo, arsênico e cádmio pode gerar problemas cardiovasculares, respiratórios, digestivos e reprodutivos, além de afetar o sistema nervoso. “Os suplementos devem ter na embalagem a qualidade certificada pelo IFOS, que é um projeto desenvolvido pela empresa canadense Nutrasource e, atualmente, é referência mundial no controle de qualidade do ômega-3. Produtos que apresentem EPA e DHA e cumprem as normas de segurança para contaminantes ambientais definidos pelo Council for Responsible Nutrition (CRN)/The Global Organization for EPA and DHA Omega-3 (Goed) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), são elegíveis para inclusão no programa”, conta Jaqueline.
Vale ressaltar que o IFOS testa os seguintes compostos dos suplementos: dioxinas, furanos e PCB; ácidos graxos essenciais e oxidação; mercúrio, cádmio, chumbo, arsênico e índice de acidez. “Uma vez apresentando essa certificação, o ômega-3 é recomendado para uso. Somente um nutricionista saberá indicar os suplementos desse ácido graxo que tenha as 5 estrelas pelo IFOS”, finaliza a profissional.
Cápsulas x câncer
Apesar de inúmeras pessoas usarem as famosas cápsulas de ômega-3 na tentativa de conquistar mais saúde, essa ação pode ser, na verdade, prejudicial. Pesquisadores de diversas universidades e centros de pequisas do mundo todo – entre os quais se destacam a Ohio State University College of Medicine e o Fred Hutchinson Cancer Research Center (ambos nos Estados Unidos) – fizeram um estudo e concluíram que existe uma ligação entre altas concentrações sanguíneas de ômega-3 e o câncer de próstata mais agressivo. De acordo com a análise realizada, o risco de homens que tomam suplementos de ômega-3 desenvolverem o tipo mais agressivo de câncer é até 71% maior do que entre os que não usam a substância. Contudo, antes de se desesperar e mudar sua dieta, marque um consulta com um médico e tire suas dúvidas!
Texto: Larissa Tomazini
Consultoria: Jaqueline Araujo dos Santos Bertoli, nutricionista do Ateliê do Olhar
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