Ciclos menstruais irregulares, produção hormonal desregulada, partos prematuros, disfunção erétil e outros problemas tão graves quanto esses têm maior probabilidade de ocorrer em pessoas obesas. Entenda por quê!
Disfunções sexuais
A obesidade interfere na qualidade da vida sexual tanto de homens quanto de mulheres. A gordura em excesso altera a hipófise, responsável por controlar os níveis hormonais e prejudica a fertilidade. “A obesidade pode ser um fator de risco de disfunção sexual, ou seja, existe forte associação entre obesidade e disfunção erétil, e esse risco aumenta conforme aumenta o IMC (índice de massa corpórea). A prevalência de obesidade ou sobrepeso nas pessoas que procuram tratamento de disfunção erétil pode chegar a 79%”, explica o cirurgião geral e vascular Carlos Augusto Araujo.
Infertilidade
A testosterona (hormônio sexual masculino responsável pela fertilidade) é secretada por um grupo de células especializadas que ficam nos testículos. A cada ejaculação é preciso que o número de espermatozoides atinja valores mínimos para que haja a fertilização. O problema é que em homens muito acima do peso a testosterona é transformada em uma enzima chamada aromatase envolvida na produção de hormônio feminino. Assim, a quantidade de hormônios masculinos responsáveis pela fertilidade diminui.
Ciclos menstruais
“Taxas de fecundidade abaixo das consideradas normais, ciclos menstruais irregulares e redução de ciclos ovulatórios são alguns dos problemas desencadeados em mulheres em decorrência da obesidade”, afirma o endocrinologista Márcio Mancini.
Mas as mulheres não precisam se desesperar, pois a maioria dos casos é revertida quando a pessoa emagrece. “Algumas semanas ou meses após o início do tratamento (dieta e medicações ou cirurgia) muitas mulheres já conseguem engravidar. Após a cirurgia, o ideal é esperar pelo menos 18 meses antes de engravidar e ter acompanhamento médico constante”.
Antes de engravidar
A mulher obesa que deseja ser mãe precisa procurar tratamento para reduzir o peso antes de engravidar, caso contrário prejudica a sua própria saúde e a do bebê. A obesidade oferece grande risco de diabetes gestacional, aborto, partos prematuros, problemas de elevação da pressão arterial específicos da gestação e malformações do feto.
“Em gestantes obesas a performance obstétrica (da cirurgia) é pior (há mais riscos à saúde da mãe e da criança), a porcentagem de cesarianas é maior, o tempo de trabalho de parto é mais demorado, e ainda é maior o risco de nascimento de bebês grandes, predispostos a hipoglicemia, diabetes e obesidade no futuro”, esclarece o endocrinologista.
Texto: Redação Alto Astral
Consultorias: Carlos Augusto Araujo, cirurgião geral e vascular; Márcio Mancini, endocrinologista; Sérgio dos Passos Ramos, ginecologista; Cristina Guazzelli, ginecologista
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