Dormir é uma das melhores coisas que podemos fazer na nossa vida, não é mesmo? Porém, mesmo que você queira ficar debaixo das cobertas, com a correria do dia a dia e a rotina estressante, não conseguimos dedicar o tempo necessário para repormos a energia que o organismo precisa para funcionar corretamente.
O número de horas que uma pessoa deve descansar varia conforme a idade. Geralmente, na fase adulta é essencial repousarmos por no mínimo 8 horas diárias.
Dormir esse período é praticamente um luxo no mundo moderno, já que estamos conectados a todo o momento. São programas de televisão noturnos que queremos assistir, as crianças que ficam acordadas até tarde, os trabalhos que levamos para casa, as notificações do Facebook e as mensagens do WhatsApp.
Os efeitos que uma noite mal dormida pode causar são diversos, principalmente no cérebro, onde os sintomas são observados imediatamente. É difícil que a pessoa consiga efetuar cognitivamente e se concentrar em seus afazeres. A longo prazo, perdemos a capacidade de remover as proteínas formadoras de placas que prejudicam nosso raciocínio e memória, o que pode gerar, mais tarde, demência ou até mesmo doença de Alzheimer.
Saiba o que acontece no seu organismo quando não consegue restituir a energia que perdeu durante o dia:
Menor produção
Já passou sua madrugada inteira estudando para alguma prova, adiantando um trabalho para o serviço ou preocupada com alguma coisa? Pare já com essa prática! Quando não dormimos, não conseguimos repor a energia que empenhamos em tarefas do nosso dia, e acumulamos cada vez mais cansaço e desgaste. Isso afeta diretamente nossa capacidade cognitiva, ou seja, começamos a perder a capacidade de memória e ação.
Sistema imunológico fraco
O sono está relacionado diretamente ao sistema imunológico do nosso organismo. “Trabalhos experimentais demonstram que o ato de dormir nos mamíferos é essencial para o combate eficaz às infecções”, esclarece o Dr. Drauzio Varella. Uma vez que, com a nossa “bateria cheia”, a produção de células de defesa aumenta e, consequentemente, conseguimos nos manter seguros de diversas doenças. “A privação de sono também aumenta o risco de diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares”, relata o médico.
Emoções conturbadas
Que o sono afeta o nosso humor não é nenhuma novidade. Basta acordarmos um pouco mais cedo do que o normal para ficarmos estressados o dia inteiro, até a hora que acabamos por cochilar no sofá, no metrô ou em qualquer canto. Ficamos muito mais intensos e agressivos, isto é, nossas emoções ficam à flor da pele.
Um estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Escola de Medicina de Harvard utilizou ressonância magnética para mostrar que a falta de sono faz com que as regiões emocionais do cérebro estejam 60% mais ativas. “As pessoas que não dormem o suficiente ficam deprimidas ou irritadiças, reclamando de tudo o que acontece ao seu redor”, diz Drauzio.
Não dormir ajuda na obesidade
Os problemas relacionados ao sono colaboram para o desenvolvimento de diversas doenças, já que nosso sistema imunológico fica fraco, portanto, ficamos mais expostos. Dormir pouco faz com que o nosso organismo apresente uma maior resistência à insulina, elevando a tendência do aumento de peso. E para ajudar, como não repomos energia suficiente, buscamos nos reabastecer através dos alimentos, geralmente aqueles carregados de açúcar e carboidratos, que são prejudiciais à saúde e engordam.
Menor tempo de vida
É comum algumas pessoas pensarem que estão perdendo uma grande parte da sua vida enquanto dormem, e que poderiam estar investindo essas 8 horas em tarefas mais divertidas, baladas, eventos, viagens. Porém, esse ideal é errôneo, uma vez que dormindo mal ou pouco estamos mais suscetíveis a doenças e acidentes. Estima-se que um em cada 10 acidentes de trânsito mortais, e dois em cada oito incidentes que exigem hospitalização, têm relação com a falta de sono dos motoristas.
Envelhecemos mais rápido
Quando não dormimos, os sinais de velhice ficam mais aparentes, e com o tempo mais profundos e marcantes. Em si o sono exerce importantes funções sobre a reparação e a hidratação da pele, já que “repõem e remove as células mortas“, evidencia Drauzio. A falta de sono produz um envelhecimento de diversas funções cerebrais, além de “adiantar” doenças que não são comuns em idades mais novas.
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