A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) divulgou ontem (16.01) o primeiro medicamento à base de maconha registrado no Brasil.
Segundo informações oficiais, Mevatyl® será uma solução oral destinada ao tratamento clínico de pacientes que não respondem a medicamentos antiespásticos já existentes. Entenda o que isso significa e o que muda daqui pra frente!
Mevatyl® será indicado para tratamento de esclerose múltipla, doença que sofre a atriz Claúdia Rodrigues. Em outros países, esse medicamento à base de maconha leva o nome de Sativex®.
Indicação: para o tratamento sintomático da espasticidade moderada a grave relacionada à esclerose múltipla. A concentração máxima permitida é de 30mg/ml. As informações são da ANVISA.
Quem poderá consumir: somente pacientes adultos que não têm respostas de outros medicamentos antiespásticos, que serão prescritos anteriormente pelos profissionais da saúde, seguindo a lógica do tratamento. Além disso, será avaliado as respostas positivas do organismo no período inicial. Caso não seja positiva, o uso deverá ser interrompido.
Onde já é liberado: ainda segundo a ANVISA, outros 28 países já aprovaram esse medicamento à base de maconha, entre eles Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Suíça e Israel.
Quando começará a ser vendido: o processo está em fase final. Jarbas Barbosa, presidente-diretor da ANVISA, em entrevista à Folha de S. Paulo explicou que tudo está sendo feito para que na finalização do registro o medicamento já saia com a regulamentação toda pronta para a comercialização.
Medicamento à base de maconha será tarja preta
Estudos mostram ser pouco provável a dependência do uso de Mevatyl®, mas, de qualquer forma, até pelas leis do país, o remédio será específico e controlado. Ele entra na categoria de fitofármacos, que são substâncias purificadas e isoladas a partir de matéria-prima vegetal com estrutura química definida e atividade farmacológica.
Mas a maconha não é proibida no Brasil?
Sim, ela é proibida para consumo livre. Conhecida popularmente pelo fim entorpecente, o Decreto-Lei nº 891, assinado por Getúlio Vargas, em 1938, proíbe a substância no país, desde o plantio até o consumo final.
Com as comprovações e avanços das pesquisas científicas em todo o mundo, foi identificado que a Cannabis Sativa tem, sim, benefícios para a saúde em casos específicos. Em todo caso, é importante considerar que a planta tem derivações de espécies e historicamente foi usada até para a produção de papel. Generalizar tudo em maconha é um erro, já que apenas aquelas tem que tetra-hidrocanabibol (THC) em níveis elevados é que são capazes de entorpecer o ser humano.
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Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária