Quando ouvimos a palavra “exercícios”, as primeiras imagens que surgem na nossa cabeça são de atividades físicas. Mas, além dos músculos, há outra parte do organismo que precisa estar sempre em movimento: o cérebro. Esse importante órgão do corpo também precisa de treino e cuidados para que não perca suas funcionalidades e mantenha-se jovem.
Os melhores exercícios para o cérebro
E como desenvolver o cérebro? A resposta é clara: exercitando-o. Por possuir uma grande capacidade em se remodelar, a constante utilização do órgão permite o aperfeiçoamento das habilidades cognitivas. “Todas as funções cerebrais são fortalecidas pelo exercício. Assim como os músculos, o sistema nervoso está aí para funcionar, não para descansar, exceto em intervalos apropriados”, explica o neurocientista Ivan Izquierdo.
Alguns especialistas defendem que o melhor modo de exercitar o cérebro é por meio da leitura. Ao ler, a pessoa tem diversas regiões cerebrais estimuladas, além de adquirir informações e impulsionar áreas visuais e verbais, incorporando novas palavras ao vocabulário. Além disso, a escrita, o estudo e alguns treinamentos – como os de memória, linguagem e raciocínio lógico – são primordiais para fortalecer as sinapses. Resolver problemas de lógica, por exemplo, exige mais esforço mental que apenas processar imagens da televisão.
Reflexos na saúde
Um cérebro saudável e ativo é capaz de administrar a produção de cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”, responsável pela regulação do comportamento social. Quando está em um nível ideal, ele controla o ritmo do corpo, reduz inflamações e estimula a imunidade. Em altas taxas, o hormônio causa nervosismo (sabe aquele “branco” que nos dá em momentos de tensão?) e pode causar aumento do risco de obesidade, hipertensão, infarto e derrame.
Outro benefício da prática de exercícios cerebrais é a proteção contra doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Mesmo sendo mais frequente em pessoas idosas, os mais jovens também podem apresentar alguns sinais, como a dificuldade para fixar a memória recente. Fazer exercícios pode retardar o declínio cognitivo, amenizar os sintomas e controlar as alterações de comportamento.
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Texto: Augusto Biason/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: André Carvalho Felício, neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia, médico e pesquisador no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP), e coordenador do curso de pós-graduação de Neurologia do Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (IPEMED); Ivan Izquierdo, doutor em medicina, neurocientista e coordenador do Centro de Memória do Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre (RS).