Quando os filhos adoecem, além de preocupados, os pais também ficam com muitas dúvidas. Qual o melhor tratamento? Como a doença poderia ter sido evitada? O remédio que estou dando para a criança realmente faz efeito? As respostas para essas perguntas, muitas vezes, geram ainda mais dúvidas. Entre elas está a questão sobre o melhor método de tratamento: alopatia ou homeopatia? Essa é uma decisão que realmente precisa ser muito bem pensada, pois são dois caminhos muito diferentes, sobre os quais pairam mais perguntas do que respostas. Entenda as vantagens e desvantagens que cada um oferece.
O que fazer?
Talvez o melhor fosse perguntar: o que não fazer? O mais importante é não medicar seus filhos sem consultar um médico de confiança, seja ele homeopata ou alopata. O ideal seria que a alopatia adotasse a prática de consultas mais completas e uma visão global do indivíduo, enquanto a homeopatia comprovasse de um modo mais científico a eficácia de seus medicamentos. Não é por acaso que já se fala em “medicina integrativa”. Enquanto nem uma coisa nem outra acontece, o mais importante é que os pais observem com atenção os resultados do tratamento pelo qual optaram e ajam preventivamente em relação à saúde das crianças, adotando hábitos saudáveis.
Diferenças básicas
Princípios:
Alopatia – É a chamada medicina tradicional (ou biomedicina), que procura tratar diretamente os sintomas, administrando aos pacientes remédios como anti-inflamatórios, antibióticos, analgésicos, etc. Ou seja, a cura é realizada pelo chamado princípio dos efeitos contrários (se o sintoma é uma diarreia, prescreve-se um remédio constipador de intestino, por exemplo).
Homeopatia – Não trata diretamente os sintomas e sim propõe cuidar da pessoa como um todo. Um de seus lemas é: “não existem doenças e sim pessoas doentes”. Para isso, busca a solução no princípio da semelhança, segundo o qual o mesmo causador da doença pode curá-la. Assim, os remédios são feitos através da diluição desses agentes e ministrados em pequenas doses, estimulando uma reação do organismo.
Remédios:
Alopatia – Podem causar efeitos colaterais severos quando usados em doses excessivas. A eficácia dos medicamentos é testada em laboratórios e pode ser reproduzida isoladamente em indivíduos diferentes. Alguns remédios têm custo bastante alto.
Homeopatia – No início do tratamento pode ocorrer um agravamento dos sintomas, mas não causam outros efeitos tóxicos. Possuem eficácia a longo prazo e podem não funcionar bem em infecções mais graves. É impossível a reprodução isolada dos efeitos. Em geral, o preço é bem mais acessível.
Consulta:
Alopatia – Os médicos analisam os sintomas da doença e, a partir desse diagnóstico, receitam remédios que possam combatê-la. Mas é bom lembrar que muitos alopatas procuram avaliar a saúde global de seus pacientes e não apenas os sintomas isolados. Essa avaliação costuma ser feita por exames de sangue, urina, fezes e outros.
Homeopatia – Os médicos avaliam o paciente como um todo, em sessões que podem durar mais de uma hora. Isso acontece porque um dos princípios da homeopatia é que cada ser humano tem características físicas e emocionais próprias, portanto, nem sempre o mesmo remédio funcionará para todos os pacientes. O lado emocional é considerado tão importante quanto o clínico.
Texto: David Cintra/Colaborador
Fontes: Revista Pediatria São Paulo – USP (www.pediatriasaopaulo.usp.br), Associação Médica Homeopática Brasileira (www.amhb.org.br) e Conselho Federal de Medicina (portal.cfm.org.br)
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