Mesmo com tantas desvantagens já comprovadas pela ciência e com todos os avisos dos médicos sinalizando os perigos do consumo descontrolado de açúcar, ainda não conseguimos ficar sem ele. São raras as pessoas que abrem mão da sobremesa sem sofrimento. Na verdade, só de pensar em uma guloseima adocicada, a boca fica cheia de água. Se você compara essa situação a um vício, saiba que é isso mesmo: a compulsão por açúcar funciona praticamente da mesma forma pela qual os viciados sentem a necessidade de consumir drogas!
Portanto, não se trata de uma simples vontade de comer um docinho, mas sim de algo incontrolável. E a medicina tem explicação para tal. “Baixos níveis de serotonina estão relacionados com a compulsão por doces e/ou carboidratos”, afirma a nutricionista Luciana Harfenist.
Doces momentos
Mas os fatores químicos e biológicos da compulsão incontrolável por açúcar não surgem do nada, pois não são da natureza humana. A vontade tem origem em hábitos que nos cercam desde a infância. A maioria das crianças experimenta o prazer de saborear um docinho ainda na mamadeira. Logo surgem os achocolatados com seus 75% de açúcar, as balinhas, bolos de aniversário… Comer doces, seja na infância ou em outras fases da vida, está intimamente ligado a celebrações festivas, a momentos especiais.
O problema é que tudo isso contribui para que nosso cérebro perceba a ingestão de açúcar como algo prazeroso, relacionado a momentos de grande afetividade. É por essas razões que, quando nos sentimos tristes ou temos uma carência afetiva, um doce pode ter o incrível poder de nos acalmar e alegrar.
Instabilidade emocional
E isso também não acontece por acaso: há fatores relacionados à alimentação que interferem nas emoções. “A ingestão excessiva de carboidratos simples pode levar a um comportamento emocional muito mais instável, uma vez que as nossas emoções estão intimamente ligadas às flutuações de açúcar no sangue”, lembra Luciana. Como atestam estudos recentes, realizados nos Estados Unidos, a ação do açúcar no cérebro pode induzir ao vício. “Atualmente, há evidências convincentes de que os alimentos ricos em gordura, açúcar e sal podem alterar a química do cérebro, da mesma forma como drogas altamente viciantes, como cocaína e heroína”, lembra a nutricionista Paula Castilho.
Consultoria Luciana Harfenist e Paula Castilho, nutricionistas
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